Rigor na revista gera tumulto

Familiares de detentos tiveram que passar por rigorosa revista antes de entrar no presídio, o que gerou lentidão no processo de entrada.

Na manhã de ontem familiares de detentos realizaram um tumulto na entrada do presídio do Serrotão, em Campina Grande.

Agentes penitenciários aproveitaram o indicativo de greve, que acontece hoje, para denunciar outros problemas da categoria.

Familiares de detentos tiveram que passar por rigorosa revista antes de entrar no presídio, o que gerou lentidão no processo de entrada na unidade prisional.

De acordo com informações da Polícia Militar, por conta da paralisação dos agentes penitenciários que acontece no dia de hoje, as visitas aos detentos foram antecipadas para ontem. Os agentes intensificaram a fiscalização e a revista aos familiares de detentos do presídio Regional Raymundo Asfora, Serrotão. A ação gerou atraso na entrada dos visitantes, que começaram a tumultuar a entrada da penitenciária. Dentro do presídio, os detentos também tentaram se rebelar, mas foram contidos rapidamente. Policiais foram chamados para garantir que a situação não ficasse fora de controle.

Conforme algumas esposas de detentos, só estava sendo permitida a entrada de cinco mulheres por vez e a revista estava sendo muito lenta. Elas acusaram os agentes de estarem antecipando a paralisação.

O presidente da Associação dos Agentes Penitenciários (Aspel), Cristóvão Ribeiro, disse que a categoria resolveu aproveitar a paralisação que ocorre hoje, para chamar a atenção do governo do Estado para outros problemas que a categoria enfrenta. “Por determinação, as visitas foram antecipadas. A determinação está sendo cumprida e nós estamos fazendo apenas o que manda a lei, ou seja, estamos realizando uma operação padrão e tentando chamar a atenção do governo do Estado para outros problemas como o nosso nível de reajuste”, contou. Segundo Cristóvão, a categoria deseja a equiparação de salário com outras categorias ligadas à segurança pública. A Associação dos Agentes Penitenciários cobra ainda a nomeação dos agentes que foram aprovados no último concurso e já passaram por treinamento, mas ainda não foram nomeados.

Conforme Cristóvão, a lentidão enfrentada pelas esposas dos detentos aconteceu por conta do baixo número de agentes realizando as revistas femininas.

“Aqui trabalham 12 agentes por plantão, quando o ideal seriam 30 homens. Por conta da operação padrão, onde as revistas são realizadas exatamente como manda a lei, todas as mulheres são revistadas por apenas duas agentes e isso gera a demora na entrada das visitantes”, relatou.

No final da manhã de ontem, após todas as mulheres serem revistadas, a situação foi normalizada e as visitas ocorreram normalmente durante o dia.

3º TUMULTO
Este é o terceiro tumulto registrado em presídios na Paraíba em menos de 24 horas.