Crea detecta risco em 300 construções

Inspetor do Crea diz que foram detectados cerca de 300 prédios, com grandes deficiências estruturais, especialmente em Campina Grande.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) da região de Campina Grande registrou ontem o desabamento do Ginásio Poliesportivo Governador Ronaldo Cunha Lima, no município de Barra de Santana. De acordo com o inspetor do conselho Geraldo Magela, sem engenharia de prevenção, muitos prédios estão na mesma situação. No passado, foram detectadas cerca de 300 construções com irregularidades na região, oferecendo riscos à integridade física de moradores e frequentadores desses locais.

Ele explicou que o ginásio havia sido reconstruído em novembro do ano passado e que as causas do desabamento ainda estão sendo analisadas pelos inspetores do Crea. “O problema foi causado principalmente por falhas na sua estrutura, como defeitos na alvenaria, mas ainda estamos analisando o caso minuciosamente”, informou. Ele explicou que desastres como esse podem acontecer em várias construção da região, feitas de forma precária e sem planejamento.

De acordo com o inspetor, foram detectados cerca de 300 prédios, dentre edifícios, casas, igrejas e outros tipos, com grandes deficiências estruturais, especialmente em Campina Grande, e ,principalmente, nos bairros mais periféricos. “Em muitos casos são residências construídas de forma improvisada e que oferecem grandes riscos aos seus moradores. Como desculpa para continuar no local de risco, eles dizem que não têm para onde ir”, informou. Ele explicou que são realizadas notificações e, em alguns casos, o embargamento da obra, que em sua maioria não possui uma engenharia de prevenção.

“Esse é o grande problema das construções improvisadas”, frisou.

De acordo com Magela, no momento do desabamento não havia ninguém dentro ou nas proximidades do ginásio. O inspetor também contou que o Crea pretende iniciar um trabalho de fiscalização nos principais pontos de entretenimento dos 51 municípios de sua responsabilidade, começando em Campina.

“Essa é uma preocupação que nós já tínhamos e que foi agravada depois do acidente no Rio Grande do Sul”, explicou Geraldo Magela.