Na manhã de ontem, no distrito de Cajá, município de Caldas Brandão, aconteceu a reconstituição de um crime registrado no dia 25 de novembro do ano passado, que chamou a atenção porque militares foram acusados de matar José Almeida Neto, de 27 anos, dentro de uma viatura policial, enquanto ele estava algemado.
A reconstituição do crime teve início por volta das 9h30 de ontem e durou cerca de duas horas. Aproximadamente 100 homens das polícias Civil, Militar, Rodoviária Federal e Ministério Público trabalharam no local.
As investigações estão sendo realizadas pela delegacia do município de Itabaiana, no Agreste do Estado. O delegado regional de Itabaiana, Hugo Helder, disse que todo o material coletado durante a reconstituição do crime será confrontado com o material colhido pelos peritos no dia do crime. “Todos os dados coletados, através de anotações e imagens, serão confrontados com o que foi coletado pelos peritos. Só assim poderemos pôr fim a qualquer pendência do inquérito e definir como de fato as coisas aconteceram”, relatou.
A delegada responsável pelo caso, Tatiana Matos, informou que na reconstituição, inicialmente, não foi identificada nenhuma contradição entre os fatos e os depoimentos colhidos na investigação testemunhal. “Tudo o que foi testemunhado pelas várias pessoas que depuseram foi confirmado nesta reconstituição. Ela foi a concreção pericial dos depoimentos prestados”, disse.
O procedimento de ontem será complementado com a perícia de disparo, conforme informou a delegada. “Esse teste irá avaliar se um tiro seria capaz de quebrar todo o vidro ou se eram necessários mais de um disparo. Também vai avaliar se o policial tinha condições de ver quem estava dentro do veículo, entre outros detalhes que irão ajudar na conclusão do inquérito”, frisou Tatiana.
Também será analisado um projétil que foi encontrado recentemente na viatura, quando o veículo estava em conserto. De acordo com a delegada, caso o material esteja em condições de exame balístico, será realizada uma reconstituição complementar do caso. Após finalizadas todas as etapas periciais, a delegada vai finalizar o relatório e encaminhar o processo para o Ministério Público.
