Gestão do Pedro I é debatida em CG

Câmara Municipal de Campina Grande discute processo de municipalização do Hospital Pedro I, anunciado pelo prefeito Romero Rodrigues.

Uma sessão especial da Câmara Municipal de Campina Grande (CMCG) discutiu ontem o processo de municipalização do Hospital Pedro I, anunciado pelo prefeito Romero Rodrigues no último dia 20 de fevereiro. De autoria do vereador Napoleão Maracajá, a sessão debateu, dentre outros assuntos, a situação dos cerca de 200 funcionários da unidade, que estão com três meses de salários atrasados e podem ser demitidos, problema que, segundo o diretor presidente do hospital, João Clementino, será resolvido pela prefeitura sem maiores transtornos para os trabalhadores.

O diretor disse acreditar que a gestão municipal vai quitar os salários em atraso, assim como se comprometeu a fazer com os demais débitos da unidade hospitalar, atualmente em torno de R$ 8 milhões. “Isso tudo vai ser feito sem prejuízos para os funcionários”, pontuou ele. Em relação ao aproveitamento do quadro de funcionários, João Clementino afirmou crer que boa parte dos profissionais continuará trabalhando no hospital, já que para continuar funcionando o Pedro I necessitará de mão de obra.

“Eu acredito que, com certeza esse pessoal vai ser aproveitado, pois a prefeitura não pode trabalhar com um hospital sem gente.

Ela tem que ter pessoas especializadas e já foi definido pela secretária que esse pessoal vai ser aproveitado e, além do mais, existe a questão social, pois não se pode simplesmente jogar esse pessoal na rua”, disse Clementino, destacando que os funcionários que não permanecerem na unidade serão devidamente indenizados pela demissão.

A secretária de Saúde de Campina Grande, Lúcia Derks, garantiu que a nova gestão do Pedro I aproveitará o maior número possível de profissionais. “Vamos trabalhar com os servidores que já existem no Pedro I. Alguns já se aposentaram ou estão se aposentando, mas iremos aproveitar o que for possível dentro hospital”, explicou. Lúcia também informou que será preciso selecionar novos funcionários para a unidade, mas ponderou que essas contratações só ocorrerão após uma análise das reais demandas do Pedro I.

Durante a sessão, a secretária salientou que a municipalização do Pedro I, que o transformará em um hospital público de média complexidade, será muito boa para a população pobre e para a imagem da saúde pública em Campina Grande.

Já o vereador Napoleão Maracajá ressaltou que a garantia dada aos funcionários do hospital de que ninguém será demitido foi de suma importância para a tranquilidade para pelo menos 200 famílias. Ele disse, ainda, que com a municipalização há a esperança de que as questões trabalhistas dos servidores sejam resolvidas. “Existem trabalhadores que não tem seu Fundo de Garantia depositado há sete anos, além de estarem com seus salários atrasados. O que tivemos nesta sessão foi o compromisso público assumido de que tudo isso será resolvido sem prejuízo para os trabalhadores, o que pode ser considerado como muito positivo”, comentou Napoleão.

Inauguração prevista para o dia 8 de abril

Com inauguração prevista para o dia 8 de abril, o Hospital Pedro I está passando por reformas que melhorarão a infraestrutura da unidade. De acordo com a secretária Lúcia Derks, além da recuperação da fachada e da limpeza da unidade, também está sendo realizada a reforma da cozinha e reparos no mobiliário, que será quase todo reaproveitado. A prefeitura também está fazendo a recuperação dos equipamentos existentes no hospital, que segundo Lúcia Derks estavam funcionado de forma deficitária por conta da ausência de recursos para a manutenção. Apesar das deficiências, a secretária declarou que o estado geral da unidade é satisfatório.

Sob a gerência da prefeitura, o hospital disponibilizará 12 leitos para o tratamento de desintoxicação de álcool e drogas, sendo quatro para adolescentes e oito para adultos. Outro serviço a ser prestado pelo hospital será a realização de cirurgias eletivas nas áreas de ginecologia, urologia, otorrinolaringologia, dentre outras especialidades, que, segundo Lúcia Derks, apresentam uma demanda reprimida em Campina Grande e nos municípios circunvizinhos. “É um hospital que está em funcionamento e só necessitava de uma manutenção porque a diretoria estava sem recurso para isso”, explicou.

Quanto ao convênio com o Hospital de Trauma de Campina Grande, que aluga leitos de retaguarda no Pedro I, a secretária de saúde sinalizou que a parceria será mantida para desafogar as alas da unidade, que ficam constantemente superlotadas.

Durante a sessão, Lúcia também anunciou que a unidade disponibilizará leitos de retaguarda para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).