Alimentação saudável se aprende na escola

Programa incentiva pais e alunos ao consumo de lanches natuarais, evitando os industrializados.

Uma alimentação adequada proporciona maior rendimento escolar? Ainda não se sabe ao certo. Mas uma alimentação balanceada é o equilíbrio necessário para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo. E até que ponto isto interfere no desenvolvimento físico e intelectual do aluno?
A relação da alimentação com o aprendizado vai além da garantia das funções do corpo humano. Por ser servido na escola, o lanche adquire características de ferramenta educativa, que pode e deve ser utilizada para os fins maiores da educação, habilitando o aluno a intervir na própria realidade, inclusive no fortalecimento da autoestima e independência da criança.

A merenda escolar influencia positivamente, em vários aspectos, o desenvolvimento escolar. Quando a escola oferece uma boa alimentação, incentiva o aluno e os pais a investirem na qualidade de vida também fora da escola. Comendo bem, a criança desenvolve mais energia e dedicação nas atividades que exijam mais do físico e irão ajudá-la a interagir cada vez mais dentro do espaço escolar.

Atualmente, em algumas escolas a base da educação é construída com uma relação de parceria entre instituições de ensino e famílias. Hoje em dia, escolas já adotam sistemas de colaboração com a saúde dos alunos, sugerindo cardápios mais saudáveis e recomendando a não ingestão de alimentos processados e excesso de doces.

Um exemplo disso é o Colégio Evolução, que há mais de dez anos utiliza o sistema de cardápio para os alunos da Educação Infantil, no qual os pais são orientados sobre os tipos de alimentos que devem ser enviados para o lanche dos alunos em cada dia da semana.

De acordo com a diretora pedagógica do Colégio Evolução, Cida Azevedo, a proposta tem como objetivo ajudar nos bons hábitos alimentares, uma vez que nessa idade as crianças estão totalmente abertas a aprendizagem. “A proposta do Sistema de Cardápio, além de sugerir opções de lanches saudáveis, favorece o desenvolvimento da consciência da criança em relação a sua própria saúde, a partir do estímulo de hábitos que priorizam a ingestão de alimentos nutritivos. Por isso oferecemos na cantina lanches mais saudáveis, para educar e incentivar o aluno a ter sempre hábitos alimentares melhores”, afirma Cida.

Alimentos devem ser balanceados

A melhoria de o hábito alimentar nas crianças ajuda não só no desempenho físico nos espaços escolares, como também na prevenção de problemas causados pela má alimentação.

Doenças derivadas do mau hábito alimentar, como obesidade, estão relacionadas a alterações psicológicas da criança.

Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, indicam que, em 20 anos, os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). Segundo a nutricionista clínica Karinna Valeska, ensinar a criança a ter hábitos alimentares saudáveis evitará também patologias provenientes da obesidade ou por erros alimentares, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, hipocalcemia, hipercolesterolemia, entre outras.

De acordo com a nutricionista, a criança também terá melhor crescimento e desenvolvimento psíquico e físico. “A vida escolar exige da criança uma boa saúde e, para isso, a alimentação equilibrada é fundamental. Por estarem em fase de crescimento e aprendizado constante, as crianças necessitam estar com imunidade alta para evitar viroses ou gripes, o que é muito comum. Para tanto, exige uma alimentação rica em carboidratos complexos (rico em fibras), proteína, gordura (menor proporção a saturada), vitaminas e minerais, em quantidade adequada de forma individual, para cada estilo de vida e necessidades”, explica Karinna.

Uma alimentação que não cumpre esses quesitos pode resultar em aumento de peso, deficiências de vitaminas e minerais e, consequentemente, fraco rendimento escolar.