PB registra 23 casos de leptospirose no 1º semestre de 2015

Número de casos registrados foi praticamente igual ao mesmo período do ano passado. Áreas ribeirinhas são mais propícias para transmissão da doença.

Infecciosa e causada por uma bactéria presente na urina de ratos e de outros animais, a leptospirose é transmitida ao homem, principalmente, no período chuvoso, devido às enchentes e inundações. Só no primeiro semestre deste ano, 23 casos da doença já foram registrados na Paraíba, segundo dados da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Áreas ribeirinhas e alagadiças, como as comunidades São José, Timbó e nas imediações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em João Pessoa, são mais propícias para transmissão da doença.

Ainda conforme a Gerência Operacional, o número de casos de leptospirose registrados na Paraíba, de janeiro a junho deste ano, foi praticamente igual ao contabilizado no mesmo período do ano passado, quando 24 paraibanos foram infectados, o que pode inclusive resultar em morte. Para se ter uma ideia, no ano passado foram registrados dois óbitos em todo o Estado.

Segundo o titular da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental da SES, Geraldo Moreira, a doença no homem está associada ao contato com a água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais portadores da bactéria leptospira. Por isso, ele destacou que a população deve tomar os cuidados necessários para evitar a doença. “É importante que depois dos períodos de chuva as pessoas fiquem atentas, principalmente, quando ocorre o contato com água de inundações, que podem estar infectadas com a urina do rato, já que os esgotos transbordam e se misturam com essa água”, disse.

Geraldo Moreira ressaltou que a transmissão da leptospirose ocorre com maior frequência em áreas com condições sanitárias precárias e alta infestação de ratos, como as comunidades ribeirinhas e ruas em que é comum ocorrer alagamentos durante a chuva, o que aumenta o risco de contato com a urina desses animais. “Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a doença ao homem. A penetração do micro-organismo se dá por meio da pele lesada, com ferimentos e arranhaduras, ou das mucosas da boca, narinas e olhos ou mesmo quando a pele está perfeita, quando imersa por longos períodos em água ou lama contaminadas”, alertou.

Os principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse, associados ao fato de ter tido contato com águas de enchentes e/ou inundações recentes, de acordo com o gerente da Vigilância Ambiental. “Ao sinal desses sintomas, a pessoa deve procurar o centro de saúde mais próximo e não esquecer de relatar ao médico o contato com água ou lama de enchentes”, orientou.

PREVENÇÃO 
Como prevenção, a Gerência Operacional de Vigilância Ambiental da SES informou que tem investido em melhorias de ações e controle voltadas aos animais, que devem refletir na diminuição do nível de contaminação ambiental e, consequentemente, na redução do número de casos humanos da doença. Geraldo Moreira reforçou que para evitar a contaminação, é importante impedir que crianças brinquem ou nadem em ambientes supostamente contaminados, eliminar as fontes de abrigo, água e alimentação por meio de medidas simples, como colocar o lixo para coleta pouco antes do lixeiro passar, manter o lixo em recipiente fechado, fora do alcance de animais, evitar acúmulo de objetivos inúteis, entulhos e mato nos quintais.