Secretária de Saúde confirma internações

A secretária de Saúde de Bayeux, Ana Cristina, reconhece que o município não tem uma unidade de tratamento para dependentes químicos.Contudo, existe uma política de acompanhamento ao usuário de drogas, inclusive crianças e adolescentes. Segundo a secretária, os casos mais críticos de fato são encaminhados para o Juliano Moreira, hospitais do interior do Estado e o Pronto Atendimento Médico (Pasme).

“Estamos tentando cumprir as determinações e adequações do Ministério Público. Por enquanto, temos o Caps-II, que disponibiliza atendimento clínico. Não é mais preconizado internação para dependentes, só em estados de crise, quando são desintoxicados, medicados e retornam para casa. O projeto para a construção de um Caps Infantil já está no Ministério da Saúde, mas não temos verba esse ano. Aqui não tem condições de ter uma unidade de acolhimento, a solução seria a construção de um Caps-III, em Santa Rita, que vai nos referenciar”, explicou.

Conselho Tutelar confirma os casos

Segundo uma conselheira tutelar do setor I, no bairro Mário Andreaza, que preferiu não se identificar, muitas crianças poderiam ser reabilitadas e inseridas socialmente, caso existisse em Bayeux uma unidade de tratamento. Em média pelo menos dois casos de crianças ou adolescentes dependentes químicos são relatados por familiares ao Conselho. “Crianças, inclusive ameaçadas. Se tivéssemos um local de tratamento, com certeza esses jovens seria recuperados. Não existem políticas antidrogas. A tendência é aumentar, uma bola de neve”, ratificou. O conselho encaminha para o MPPB casos de crianças entre 9 a 17 anos de idade.

Casos no Juliano Moreira

A direção do Complexo Juliano Moreira confirma que as crianças e adolescentes dependentes químicos vindos de Bayeux são tratados no local. “Crianças usuárias de drogas vindas de todos os municípios e de Bayeux. São internados para desintoxicar por no máximo 20 dias e interromper o uso. Aqui são medicados para reduzir a ansiedade e participam durante todo o dia de atividades educativas. Ficam misturados com os demais pacientes, em alguns detectamos algum transtorno mental, mas não em todos”, revelou Marinalva de Sena Brandão, diretora técnica do Juliano Moreira. O complexo possui atualmente 11 adolescentes internos.