Acidentes de trabalho superam 3 mil casos nos últimos oito anos

Maiores vítimas são trabalhadores dos setores de agricultura, construção civil e saúde, segundo Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan)

Nos últimos 8 anos, os acidentes graves trabalho, que resultaram em mutilações físicas ou óbito, somaram 3.467 casos na Paraíba, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os trabalhadores da construção civil e agricultores são os mais suscetíveis a riscos decorrentes da profissão exercida no Estado, segundo o Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest-PB), que informou que no período de 2007 a 2014 ocorreram 88 óbitos por acidente grave com paraibanos.

No mês passado, por exemplo, um homem de 31 anos que estava trabalhando em uma construção no bairro do Altiplano, em João Pessoa, escorregou do andaime e caiu de uma altura de 5 metros. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e encaminhado para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Passou por procedimentos médicos e ficou em observação pela neurologia e ortopedia, em estado regular. O servente de pedreiro Antônio de Barros, 42 anos, disse que mesmo fazendo uso dos equipamentos individuais de segurança (EPIs), acidentes em obras são inevitáveis e é um risco inerente à profissão. “Se for temer, a gente não trabalha. Graças a Deus eu nunca me acidentei, mas já vi muitos amigos passarem por isso”, disse.

De acordo com a diretora geral do Cerest-PB, Celeida Barros, considerando a existência de estatísticas do Sinan referentes ao adoecimento dos trabalhadores, as cinco profissões que mais adoecem os trabalhadores na Paraíba, em ordem de notificações, são da construção civil, agricultores, trabalhadores da área da saúde, do polo calçadista e operadores de telemarketing.

“Essas categorias profissionais são consideradas de maior risco pela própria organização do processo de trabalho que expõe o trabalhador a situações de adoecimentos e acidentes graves. Os riscos são os mais diversos, desde os ergonômicos, físicos, químicos e ambientais”, explicou. Profissionais que trabalham com eletricidade também enfrentam risco de acidentes.

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