Fotógrafo confessa assassinato de Briggida e se diz arrependido

Em interrogatório, Gilberto Stuckert Neto disse que não tinha a intenção de matar a ex-companheira e, chorando, pediu perdão aos familiares da professora.

O fotógrafo Gilberto Lyra Stuckert Neto admitiu, durante o seu julgamento, que matou a professora universitária Briggida Rosely de Azevedo Lourenço. Interrogado pelo juiz Marcos William de Oliveira, o réu disse que se descontrolou após ver uma álbum de fotos da ex-companheira com um outro homem. Chorando, ele pediu perdão à família de Briggida e disse que estava arrependido.

"Eu não tirei a vida de Briggida friamente. A amava. Não foi minha intenção. Nunca passou isso na minha cabeça", disse Gilberto Stuckert. O fotógrafo afirmou que no dia do crime foi procurar a ex-companheira e viu o álbum de fotografias dela com outro homem e perdeu a cabeça. O réu contou que teve início uma discussão e os dois trocaram xingamentos. Segundo ele, Briggida deu uma pancada nele e depois disso ele acabou revidando “Eu fiquei de uma forma, que não sei explicar o que eu senti naquele momento. Aí eu me mandei”, afirmou falando sobre o momento da morte.

Perguntado pelo juiz se estava arrependido e se faria diferente, Gilberto acenou positivamente com a cabeça. “[ A morte] não foi uma coisa que eu quis”, disse. O fotógrafo não disse aonde esteve escondido durante o tempo que ficou foragido após o crime. O assassinato aconteceu em junho de 2012 e ele só foi preso em março de 2013. Ele foi indiciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio triplamente qualificado.

O julgamento de Gilberto Lyra Stuckert Neto começou por volta das 9h desta segunda-feira no 1º 1º Tribunal do Júri de João Pessoa. Inicialmente houve o sorteio dos jurados, cinco homens e quatro mulheres, e na sequência as testemunhas começaram a ser ouvidas. Depois dos depoimentos teve início o interrogatório de Gilberto. Por volta das 12h, a sessão foi interrompida para o almoço. No período da tarde vai ter início os debates entre defesa e acusação e a previsão do juiz Marcos William é de que o julgamento acabe no final do dia.

A primeira a prestar depoimento foi Ana Andrea Amorim, que era vizinha de Brigida. A fala dela durou cerca de uma hora. A vizinha disse que no dia do crime ouviu barulho de móveis arrastando no apartamento de Briggida, ligou para ela, mas as ligações não foram atendidas.

Segunda Ana, o casal vivia de forma harmoniosa e o relacionamento começou a ter problemas quando ele foi morar em Brasília, por ter sido aprovado em um concurso. Quando Briggida pôs fim ao relacionamento, Gilberto pediu exoneração para salvar a relação, imaginando que voltando à Paraíba o casamento poderia retornar, mas ela não aceitou. A vizinha deixou claro que não podia afirmar que o fotógrafo matou a ex-companheira, porque não viu, mas disse que sabia que ele iria no apartamento porque Briggida havia dito.

A segunda testemunha a falar foi Roselma Maria Ribeiro de Azevedo Cruz, mãe de Briggida. Em seu depoimento ela relembrou que recebeu um telefone de Gilberto, após o crime, quando ele afirmou que tinha feito uma besteira e iria se suicidar . Roselma destacou que no momento achou que sua filha estava apenas ferida e chegou a perguntar se tinha como socorrê-la

A terceira testemunha a depor foi Rilene Lucena, tia de Briggida. Ela afirmou que Gilberto era calmo, de poucas palavras, e a família jamais esperaria algo parecido. Segundo Rilene, quando o fotógrafo ligou para a mãe da vítima, todos pensavam que ele tivesse batido nela, mas não matado. A quarta ouvida foi uma prima da professora assassinada, Marta Melo.

Relembre o caso

De acordo com os autos, o acusado Gilberto, por volta das 17h38m, foi até o apto. 203, do Residencial Pétala, localizado à rua Professora Maria Lianza, nº 210, no Jardim Cidade Universitária, em João Pessoa, e assassinou, por estrangulamento sua ex-companheira Briggida Rosely, que na época tinha 28 anos de idade. O acusado a asfixiou, provocando-lhe a morte naquele mesmo local, sem lhe dar qualquer chance de defesa. O corpo da professora universitária foi encontrado pelos vizinhos da vítima no mesmo dia do crime.

Ainda de acordo com o que narram os autos, a motivação torpe do crime teria sido o fato de que o réu estava inconformado com o término do relacionamento de 8 anos com a vítima, acontecido em meados de abril de 2012, após longo período em que viveram afastados, por ele estar trabalhando em Brasília e ela, ter permanecido em João Pessoa.