Confrontos envolvendo policiais resultam em 39 mortes na Paraíba

Do total, quatro das vítimas eram policiais que estavam à paisana e as outras 35 foram atingidas pela polícia.

A Paraíba registrou 39 mortes durante confronto envolvendo policiais nos anos de 2013 e 2014, segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Entre os casos deste período quatro eram policiais. Os números referentes ao ano de 2015 ainda não foram levantados.

Dados do anuário revelam que os quatro policiais mortos neste período não estavam em serviço. Entretanto, todas as pessoas que morreram em confrontos foram atingidas por policiais quando eles estavam em serviço. Os dados mostram que os policiais ficam mais vulneráveis quando estão à paisana e que a repressão é mais letal quando eles estão trabalhando.

Para o secretário de Segurança Pública do Estado, Cláudio Lima, isso ocorre pela situação em que o policial se encontra. “O policial quando está em serviço, além de ser visado pela farda está em alerta pela função. Além disso, usa colete e geralmente age com o apoio de outros policiais. Já os policiais à paisana ficam mais vulneráveis e vale destacar que, por não estar fardado, ele muitas vezes é visto pelo agressor como um cidadão comum”, disse.

Sobre os casos de pessoas que morrem em confronto com policiais, o secretário destaca que o Estado tenta evitar, mas há casos em que a força é necessária. “Os policiais trabalham com armas e a lei dá o direito de que eles as usem para garantir a segurança dele e da população. A gente procura controlar isso e com a capacitação dos policiais a fim de evitar isso, mas existem situações onde os criminosos atacam para matar ou morrer e esse tipo de atitude precisa ser reprimida com a força proporcional. Acredito que a impunidade de alguns casos faz com que bandidos não temam em confrontar a polícia”, disse Cláudio Lima.

Apesar dos dados referentes a 2015 ainda não terem sido contabilizados, um caso recente aconteceu na tarde da última terça-feira, em Campina Grande, quando Jorge Miguel da Silva Fernandes, 25 anos, morreu após trocar tiros com policiais, no bairro da Liberdade. Ele estava em uma moto com Renato Gomes Teixeira, 20 anos, quando ambos foram abordados por uma guarnição da Força Tática, mas reagiram com toros.  No confronto, Jorge foi atingido com um tiro no tórax e faleceu a caminho do Hospital de Trauma de Campina Grande. De acordo com o delegado de Homicídios Francisco de Assis, Jorge estava como passageiro de uma moto que vinha sendo conduzida por Renato.

De acordo com o comandante do 2° Batalhão de Polícia Militar (2° BPM), “toda a ocorrência aconteceu no cumprimento legal do dever público da Polícia Militar. Nossa guarnição tentou realizar uma abordagem e foi recebida por força armada. De imediato nossos policiais, por necessidade, neutralizaram a situação, porém um dos envolvidos acabou ferido. Ele foi socorrido para o hospital, mas acabou não resistindo”, explicou.

Outro caso ocorrido este ano que resultou na morte de  um policial aconteceu no início deste mês de outubro, em Puxinanã, no Agreste paraibano. O policial civil Marcos Paulo Vinícius, 43 anos, foi baleado durante uma troca de tiros com dois bandidos ao tentar invadir uma casa durante uma operação e morreu.

Os acusados de assaltos também ficaram feridos e Francisco Alberto da Silva, 25 anos, morreu antes de chegar ao Hospital de Trauma de Campina Grande. Já o outro suspeito é Érick Menezes de Lima, 23 anos, que recebeu alta médica na semana passada. (Especial para o JP)