Sistema de combate a incêndio na Empasa, na capital, é precário

Segundo denúncia, hidrantes da Empasa que ainda funcionam são obsoletos e inoperantes.

Imagine o cenário de incêndio em uma grande empresa: ao chegar no local, o Corpo de Bombeiros precisa ter água próximo ao ponto de combustão para combater o fogo. Mas na Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa), no bairro do Cristo, em João Pessoa, os bombeiros já não podem mais utilizar essa fonte essencial do sistema de segurança. Segundo denúncia feita pela Associação dos Usuários da Empasa (Asuse) e apurada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), a empresa não tem manutenção do instrumental de prevenção e combate a incêndio, e os poucos hidrantes que estão em funcionamento são obsoletos e inoperantes.

Em uma audiência realizada no MPPB, em novembro do ano passado, o diretor financeiro da Empasa, Evaldo Romão dos Santos, declarou que o Corpo de Bombeiros fez uma vistoria no local e emitiu um laudo técnico, no qual constatou que a empresa não apresenta as condições ideais de segurança referentes a incêndios, explosões e controle do pânico. À época, ele afirmou que uma empresa foi contratada para fazer um novo projeto que atendesse o laudo dos Bombeiros e que ele já tinha sido encaminhado para aprovação da corporação.

Mais de um ano após a reunião, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA foi até a empresa e constatou a falta de funcionamento da maioria dos hidrantes do local. Um dos hidrantes, inclusive, está quase coberto por grama. Outro está instalado dentro de um boxe que funciona na Empasa. Segundo o processo do Ministério Público, esse boxe foi construído irregularmente no local. Mas o diretor-presidente da Empresa, José Tavares Sobrinho, nega que essa irregularidade tenha acontecido. “Esse boxe não está irregular e não precisa ser derrubado na instalação dos novos hidrantes, já que eles ficarão em outro local e os velhos serão desativados”, afirmou.

O diretor-presidente afirma que parte do sistema de segurança contra incêndio da empresa ainda segue a funcionalidade dos anos 70. “Essa empresa tem 42 anos de fundação. O sistema específico de hidrantes foi projetado para uma situação àquela época. No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), feito durante a audiência com o Ministério Público, ficou definido que nós formaríamos uma brigada de incêndio e que recuperaríamos os extintores da parte administrativa e os hidrantes”, afirma o diretor-presidente. Segundo ele, a brigada de incêndio já foi formada e os extintores já foram recuperados e expandidos, mas a compra dos hidrantes novos ainda tramita em processo licitatório.

“Em janeiro, nós pedimos uma prorrogação do prazo para contratar uma empresa que fizesse um levantamento de quantos hidrantes nós necessitamos de acordo com as normas atuais e esse prazo foi dado. Nós contratamos a empresa, que apresentou o relatório e em cima disso nós abrimos um processo licitatório para a compra dos 17 hidrantes”, afirmou José Tavares Sobrinho.

Ainda segundo ele, o prazo de 180 dias foi pedido apenas para contratar a empresa que faria o relatório e não para a execução da obra. Ainda de acordo com Sobrinho, não há previsão de quando os novos hidrantes serão instalados na empresa, já que o processo ainda tramita na Central de Compras.