Iphaep tomba três obras em João Pessoa e Campina Grande

Decreto determina tombamento do Porteiro do Inferno e dos monumentos Nossa Senhora de Lourdes e Os Pioneiros da Borborema.

Duas obras de João Pessoa e uma de Campina Grande foram os primeiros bens tombados este ano pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep). O decreto que determina o tombamento da escultura Porteiro do Inferno e dos monumentos Nossa Senhora de Lourdes e Os Pioneiros da Borborema foi publicado na última segunda-feira.  “A partir desses tombamentos, esses monumentos ficam resguardados de demolições e intervenções que venham a descaracterizá-los ou extingui-los. Também estamos valorizando os artistas que as fizeram, como no caso do Porteiro do Inferno e do conjunto escultórico Pioneiros da Borborema”, explica a diretora-executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo.

Polêmica, a escultura Porteiro do Inferno é uma obra do artista plástico Jackson Ribeiro e foi instalada na década de 60 em um canteiro entre o templo da 1ª Igreja Batista e o Lyceu Paraibano. Já na década de 90, depois de ser repudiada por conservadores por causa do nome, ela foi retirada no local para passar por uma restauração e nunca voltou a seu lugar de origem. Depois de ser colocada em outros locais da capital paraibana e ser alvo de protestos, a escultura de estilo moderno foi instalada em um espaço em frente à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde se encontra até hoje. 

O monumento Nossa Senhora de Lourdes, situado na Praça Dom Ulrico, também em João Pessoa, não teve o autor identificado nos registros do Iphaep. Já o monumento Os Pioneiros da Borborema fica às margens do Açude Velho, em Campina Grande, e é de autoria do artista pernambucano José Corbiniano Lins. As estátuas que fazem parte do monumento também foram inauguradas na década de 60 durante o centenário da cidade. Ele é composto de três figuras: o índio, que representa a origem primitiva da cidade; a catadora de algodão, que simboliza a força da mulher e o desenvolvimento industrial da cidade e o tropeiro, representando o comércio e a resistência do povo campinense. Outras solicitações de tombamento estão sendo estudados pelo Iphaep.