A comunidade Santa Clara, no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa, está entre as cinco áreas de risco mais preocupantes da cidade, segundo a Defesa Civil municipal. O local, recebeu na manhã de ontem o lonamento na barreira para evitar deslizamentos no período chuvoso. A ação fez parte do início da intensificação da programação do projeto ‘João Pessoa em Ação – Gestão de Riscos e Administração de Desastres’. Conforme o órgão, a capital reduziu de 35 para 27 áreas consideradas de risco, desde o início da atual gestão.
Na manhã de ontem, a equipe da Defesa Civil realizou uma reunião do plano de contingência, que envolve todas as secretarias do município, em que foram apresentados o plano, sua importância e as ações de cada pasta, a serem desenvolvidas nesse período em que as atividades do órgão se intensificam em função do período chuvoso.
A aposentada Matilde Veríssimo, 65 anos, mora em uma casa próxima à barreira da comunidade Santa Clara e disse temer um possível deslizamento, principalmente por conta da casa construída atrás da dela, a menos de um metro da barreira. “Moro aqui de aluguel há dois anos. Eu tenho medo de ficar aqui, mas na época, eu não tinha outra opção. Quando chove forte fico com medo de deslizamento, porque se (a chuva) levar a casa de trás, a barreira vai cedendo e a que eu moro vai acabar caindo”, relatou.
Das 27 comunidades em área de risco, além da Santa Clara, o bairro São José, de onde já foram retiradas mais de 200 famílias da beira do rio, e onde estão sendo construídas novas moradias, a Beira da Linha, no Alto do Mateus, e Bananeiras, no Grotão, são as que requerem mais atenção e preocupam a Defesa Civil, de acordo com o coordenador do órgão e do projeto ‘João Pessoa em Ação’, Francisco Noé Estrela.
Segundo ele, há três anos a cidade tinha 35 comunidades em áreas de risco, mas oito delas foram extintas por meio das ações de prevenção do órgão. “Hoje, trabalhamos com 27 comunidades em áreas iminentes de risco. Isso quer dizer que nos três anos de gestão conseguimos extinguir 8 comunidades que existiam em áreas de grande risco, a exemplo do Timbó, nos Bancários, e Saturnino de Brito, em Jaguaribe, de onde as famílias foram retiradas e transferidas para morar em ambientes dignos e seguros”, assegurou o coordenador do órgão e do projeto ‘João Pessoa em Ação’.
Conforme Noé, a comunidade do Timbó era histórica em relação aos prejuízos decorrentes das fortes chuvas, resultando inclusive em mortes, mas hoje já passou a ser chamada de bairro devido à infraestrutura que foi feita no local.
TRABALHO INTENSIFICADO COM 11 TIPOS DE AÇÕES INTEGRADAS
Prioridade
Sobre a ação na Santa Clara, Noé explicou que a área foi priorizada para o lonamento por conta de uma situação que ocorreu nas últimas chuvas, mas que no Róger e Citex também receberão a ação. “O lonamento não é uma ação definitiva, mas inibe um pouco a ação e o impacto das chuvas nas barreiras”, afirmou.
“Estamos intensificando as ações de mitigação nessas áreas consideradas de risco, além de intervenções em pontos de alagamento, que porventura se formem durante o período chuvoso. A intensificação dos trabalhos reúne 11 tipos de ações integradas com outras secretarias, como os serviços de desassoreamento de rios, capinação, roçagem, remoção de entulhos, demolição de residências, poda de árvores, limpeza de canaletas, loneamento de barreiras, desobstrução de galerias pluviais, recuperação de bocas de lobo, além de assistência social”, elencou Noé Estrela.
PARCEIROS
Além da Defesa Civil Municipal, o João Pessoa em Ação conta com a participação das secretarias de Infraestrutura (Seinfra), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Desenvolvimento Social (Sedes), Meio Ambiente (Semam), além da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
SERVIÇO
A Defesa Civil conta com um serviço de telefone que funciona 24 horas. A operação ‘João Pessoa em Ação’ entra na sua quarta edição e já abrangeu todos os bairros da capital. Caso a população precise entrar em contato com os técnicos da Defesa Civil, ligue para o número 0800-285-9020.
