6% da população de João Pessoa tem diabetes, aponta pesquisa

Dados foram revelados pela pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde. No país inteiro, 7,4% disseram ter diagnóstico médico de diabetes.

Dados são referentes aos moradores da capital paraibana e foram revelados pela pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde.

“Hoje (ontem), minha taxa de glicemia deu 290. Apesar de ainda estar alta, já melhorou bastante, pois há 5 meses deu 389. Eu quase perdi um dedo da mão esquerda, porque sofri um corte, não cuidei logo e tive que passar dois meses fazendo curativo para não perdê-lo”, contou a aposentada Maria Gisete, 72 anos, diagnosticada há mais de 10 anos com diabetes. Assim como ela, um total de 6,2% da população adulta – com mais de 18 anos – possui diagnóstico médico da doença em João Pessoa.

Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2015, realizada pelo Ministério da Saúde (MS), que ouviu 54 mil adultos (18 anos ou mais) que vivem nas capitais brasileiras, das quais 7,4% disseram ter diagnóstico médico de diabetes. Em 2006 eram 5,5% dos brasileiros em idade adulta. O MS não divulgou o número total de pessoenses ouvidos na pesquisa, mas, em números percentuais, a capital da Paraíba ficou abaixo da média nacional.

As estatísticas foram informadas na manhã de ontem pelo MS durante a apresentação do panorama da diabetes no Brasil e no mundo, com  análise do Informe Mundial sobre Diabetes, da Organização Mundial da Saúde, e os dados da Vigitel. O evento foi realizado pelo Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAs), para marcar o Dia Mundial da Saúde. Na ocasião, o MS também fez o balanço das políticas nacionais de enfrentamento à doença e o lançamento do Manual do Pé Diabético – Estratégias para o Cuidado da Pessoa com Doença Crônica.

Segundo a Vigitel, o consumo de alimentos ricos em açúcar é alto. Em João Pessoa, por exemplo, 18,4% da população adulta entrevistada disse consumir regularmente doces e 10,7% refrigerantes. Em nível nacional esses números chegam a 28,5% e 30%, respectivamente. O hábito preocupa o Ministério da Saúde diante do avanço de doenças crônicas, em especial a diabetes, que  se torna mais comum com o avanço da idade, assim como é maior entre pessoas de baixo nível de escolaridade.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a diabetes foi o tema escolhido no Dia Mundial da Saúde porque vem aumentando a sua prevalência no mundo e no Brasil, o que ressalta a importância de realizar campanhas de promoção da saúde para enfrentar a enfermidade, considerada tão grave. “O aumento de peso, má alimentação e sedentarismo são fatores de risco. Essa compreensão é fundamental para a prevenção. Basicamente, a diabetes é uma doença que pode ser evitada com bons hábitos alimentares e de atividade física”, afirmou.

Como ações preventivas, o ministro lembrou que “temos o Guia Alimentar para orientar sobre alimentação, o programa Saúde na Escola para desenvolver hábitos saudáveis e ainda as Academias da Saúde e os medicamentos disponibilizados pela Farmácia Popular”.

TRATAMENTO

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, a porta de entrada para o diagnóstico de doenças crônicas, como o diabetes, são as Unidades de Saúde da Família. Lá, equipes multiprofissionais fazem avaliação clínica, solicitam exames e, se detectado o quadro, fazem os encaminhamentos para a rede especializada.