A Polícia Civil da Paraíba prendeu nesta sexta-feira (24) seis pessoas integrantes de uma associação criminosa de São Paulo/SP, especializada no chamado "Golpe da Agência de Modelos", que atuava em todo o país com desvios superiores a R$ 1 milhão.
De acordo com o delegado, Lucas Sá, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, após 24 horas de diligências ininterruptas, conseguiu desmantelar a quadrilha. Os dois primeiros suspeitos foram presos em um hotel no bairro de Tambaú, local que também era utilizado para que os suspeitos apresentassem a proposta fraudulenta.
Segundo o delegado, a equipe da Delegacia de Defraudações e Falsificações ainda conseguiu descobrir que quatro membros da quadrilha estavam chegando à Capital paraibana em voo vindo de Guarulhos/SP. Deslocando-se para o aeroporto Castro Pinto, conseguiu prender em flagrante os acusados, no momento do desembarque.
A DDF chegou aos suspeitos através de denúncia encaminhada pelo disque denúncia da Polícia Civil (197), confirmando que os suspeitos fazem parte de uma associação criminosa que age em todo o país, há mais de três anos, especializada na prática dos crimes de estelionato, na modalidade conhecida como "golpe da agência de modelos", tendo conseguido desviar valores que superam facilmente o montante de um milhão de reais.
Atuação da Quadrilha
De acordo com o titular da DDF, Lucas Sá, no golpe da agência de modelos os suspeitos se apresentam como uma empresa séria, idônea, que intermediaria a contratação de pessoas aspirantes à carreira de modelo. os acusados utilizam as redes sociais para atrair clientes e marcam eventos em todo o país, através dos quais os interessados preenchem cadastros junto à suposta empresa.
Nos dias seguintes aos eventos, a quadrilha passa a ligar para os candidatos cadastrados, informando que os mesmos teriam sido selecionados pela agência para seguir a carreira de modelo, passando a cobrar valores que variam entre R$ 2.000,00 a R$ 5.000,00 por pessoa, para que fossem custeadas despesas do contrato.
O delegado Lucas Sá explica ainda que ao receberem os valores das vítimas, os suspeitos simplesmente deslocam-se para a cidade seguinte, onde davam sequência à execução dos golpes, de maneira que nenhuma intermediação à carreira de modelo era feita pela empresa e os candidatos, além de serem enganados, são obrigados a suportar o prejuízo financeiro pelos valores investidos.
As vítimas sequer sabem como postular o ressarcimento dos valores investidos, uma vez que os contratos assinados não contém os elementos necessários, contribuindo para que os suspeitos permaneçam impunes e continuem a executar as condutas criminosas, conseguindo obter um elevado lucro em razão das fraudes praticadas.
Ação Policial
As investigações da DDF puderam confirmar, ainda, que os suspeitos chegaram a João Pessoa há cerca de uma semana, vindo de Brasília/DF, local em que também praticaram as mesmas condutas. Verificou-se também que a quadrilha é composta ainda por outro membro, Marcos Vinicius, que já havia retornado a São Paulo/Sp, no momento da deflagração da operação. Em pesquisa na internet já foi possível a identificação de dezenas de vítimas da mesma empresa, em vários Estados.
O delegado Lucas Sá garante que as investigações da DDF continuarão, no sentido de localizar e prender os suspeitos foragidos e de identificar outros membros da quadrilha e outras vítimas, com o objetivo de elucidar toda a conduta criminosa e a garantia de que todos os suspeitos sejam efetivamente responsabilizados pelas fraudes praticadas, além de contribuir para o ressarcimento do prejuízo das vítimas, minimizando os danos morais e materiais praticados pelo grupo.
Quaisquer denúncias sobre condutas criminosas desta natureza ou similares, sobre a possível localização de membros da quadrilha poderão ser encaminhadas à DDF pelo disque denúncia da Polícia Civil pelo telefone 197 (sigilo garantido).
