Suspeito de integrar grupo terrorista é preso na PB

Prisão ocorreu em João Pessoa e, segundo o Ministério da Justiça, suspeito foi recrutado pelo Estado Islâmico.

Um grupo de dez pessoas que estava preparando atos terroristas durante a Olimpíada do Rio de Janeiro foi preso, nesta quinta-feira (21), pela Polícia Federal, durante a Operação Hashtag. Uma das prisões, de acordo com o Ministério da Justiça, ocorreu em João Pessoa. Segundo a assessoria da PF, o preso é do sexo masculino. Ele foi preso na própria casa e encaminhado para Brasília na tarde desta quinta.

[Inicialmente, a PF informou que a prisão foi em Cabedelo, mas ratificou a informação nesta sexta (22)].

Além da Paraíba, a operação ocorreu no Amazonas, no Ceará, em Goiás, no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. Todos os envolvidos são brasileiros.

O grupo foi recrutado pelo Estado Islâmico pela internet. "Eles passaram de simples comentários sobre Estado Islâmico e terrorismo para atos preparatórios", disse o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, acrescentando que o grupo se tratava de uma "célula amadora". As investigações apontaram que o grupo  planejou a compra de pelo menos um fuzil AK-47 no Paraguai pela internet.

Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias podendo ser prorrogados por mais 30. Informações obtidas, dentre outras, a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos, revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, bem como o uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos.

O presidente interino Michel Temer foi informado da operação da PF na quarta (20).

Grupo tinha envolvimento com o Estado Islâmico

Segundo o jornal ‘O Globo’, os suspeitos seguiam o mesmo roteiro dos terroristas envolvidos nos atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e de Paris, na França. Eles foram recrutados pela internet e juraram lealdade ao Estado Islâmico, enquanto discutiam os possíveis alvos no Rio de Janeiro. Com autorização judicial, a Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo nas redes sociais, sobretudo Facebook e Twitter. Nas mensagens, a PF descobriu que, além do plano para fazer um atentado terrorista na Olimpíada, eles relatavam compras de armamento, informou a revista ‘Época’.

O perfil dos suspeitos, segundo o repassado por investigadores ao ‘Globo’, encaixa-se no grupo que é hoje é considerado o de maior risco entre ps brasileiros investigados. São recém convertidos ao islamismo, que se frustraram com o tom pacifista das mesquitas brasileiras e buscaram na internet o radicalismo propagandeado pelo Estado Islâmico. 

[Atualizada às 16h30]