Seminário vai discutir o futuro do setor sucroenergético nacional

João Pessoa sedia a cerimônia oficial de abertura da safra no Nordeste 2016/2017.

Seminário vai discutir o futuro do setor sucroenergético nacionalUm seminário para discutir os principais temas do setor sucroenergético vai acontecer esta semana em João Pessoa. Entre os dias 17 e 18, a capital sedia a cerimônia oficial de abertura da safra no Nordeste 2016/2017 e o seminário “O Futuro que Queremos”. Os eventos vão contar com a presença de executivos da União da indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), empresários, autoridades, acadêmicos e especialistas da cadeia sucroenergética nacional.

Na semana de Abertura da Safra do Nordeste 2016, os produtores irão discutir o cenário desejado de sustentação econômica da produção do etanol e temas relacionados ao setor sucroenergético brasileiro e mundial.

O seminário “O Futuro que Queremos” vai discutir os principias temas do setor. Entre eles, a política de preço do etanol, a geração de empregos na indústria canavieira, novas tecnologias e impactos positivos da cultura da cana para o meio ambiente.

A programação do evento conta com palestras sobre setores de produção, comércio internacional, bancos, distribuição e revenda de combustíveis, promovendo uma avaliação conjunta do setor sobre o novo ciclo da cana, mercado, regulação e as perspectivas futuras.

As inscrições para o  seminário “O Futuro que Queremos” são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 18 de agosto. Os interessados devem preencher o formulário de participação no site de inscrições criado pelo Sindalcool-PB. Os eventos são organizados pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado da Paraíba (Sindalcool) em parceria com os Sindicatos da Indústria do Açúcar e do Álcool nos Estados de Pernambuco e Alagoas (Sindaçúcar).

Setor no Paraíba

A Paraíba é responsável por 1% da produção nacional, enquanto o Nordeste corresponde a cerca de 10% da produção no país, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Produção do Álcool da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa. "A produção paraibana é 70% destinada para a produção de álcool e 30% para açúcar", detalhou.

No Estado o setor sucrooalcooleiro fatura em torno de R$ 1 bilhão, com engenhos de 8 empresas, presentes em 26 munícipios. "Ainda temos muitos engenhos voltados para pequenas produções ou para produção de aguardante", disse Barbosa. A perspectiva do Sindalcool é que com o crescimento gradual do uso do etanol e das políticas públicas voltadas ao setor, o investimento e a produção cresça na Paraíba.

Sobre geração de empregos, a colheita mecanizada é o principal alvo de criticas e dúvidas, já que elimina parte da mão-de-obra responsável pela colheita. "Para acontecer, a colheita mecanizada precisa de mão-de-obra especializada, o que gera diversos empregos. E demissão em massa não acontece, inclusive, 90 a 92% dos trabalhadores contratados para colheitas futuras são os que já trabalharam em anos passados", disse Edmundo Barbosa. Mais de 21 mil trabalhadores vão ser contratados para a colheita 2016/2017 apenas na Paraíba, com salários que podem chegar a R$ 2.200.

Políticas públicas

"O setor espera que exista uma definição do papel do etanol dentro da matriz energética. O quanto é que a sociedade deseja ter de etanol disponível. É isso que vai definir no Governo Federal. Não temos como prever se não sabermos realmente a importância na matriz energética", é assim que o presidente do Sindalcool-PB resume a principal diretriz governamental para auxiliar o crescimento do setor em âmbito nacional. "O setor pode produzir, pode ampliar a produção, mas precisa haver esse compromisso firme", completou.

O etanol tem grande potencial de "combustível limpo", que não degrada o meio ambiente, sendo apontado por especialistas como o combustível mais importante daqui há 20 anos, diante desse cenário Edmundo aponta posicionamentos a cerca do futuro do setor no país e na Paraíba. "Esperamos que o etanol seja cada vez melhor aproveitado. Desejamos a sustentação economica, e queremos ver as empresas com condições melhores, para investir mais, em mais tecnologia, em automação da planta, com uma capacidade de se garantir [no mercado]". Acrescentando que "isso não pode acontecer só na Paraíba. É preciso que isso seja uma condição nacional. Aqui no estado, precisamos que haja uma manutenção das condições e das regras [para produção], porque se a regras estiverem ‘vacilando’, não teremos certeza para poder investir mais".