Tiro que atingiu universitário em blitz foi frontal

Informação foi repassada nesta sexta (11) e confirma depoimento de PM.

O tiro que atingiu o universitário Cícero Maximino da Silva, de 20 anos, durante uma blitz no bairro de Manaíra, em João Pessoa, foi frontal. A informação, repassada nesta sexta-feira (11) pelo delegado responsável pela investigação do caso Reinaldo Nóbrega, confirma a versão apresentada pelo policial militar responsável pelo disparo e contraria o depoimento do condutor da moto.

"Na verdade, o próprio laudo cadavérico demonstrou que o tiro foi pela frente. Então a versão do policial militar foi bem coerente quanto a isso", disse Reinaldo, que acrescentou não ter não ter dúvidas de que o motoqueiro tenha visto o PM.

Tiro que atingiu universitário em blitz foi frontal

Ainda de acordo com o delegado, foi necessária a realização de um exame para descobrir o número de registro da arma que teria sido encontrada no local. "Foi feito um exame químico-metalográfico. Eles começam a raspar com produtos químicos o metal, como se faz também em carros adulterados, para a gente encontrar o número de registro dessa arma. Mas infelizmente ela ainda se encontra no Instituto de Polícia Científica", ressaltou.

O delegado disse também que a versão do depoimento do policial militar aponta que o jovem fez menção de puxar uma arma de fogo. "Se realmente ocorreu isso, seria uma legítima defesa. Estou esperando o resultado da reconstituição do crime para a gente poder ter uma afirmação e eu poder me posicionar de uma forma mais concreta", concluiu.

Relembre o caso

O estudante Cícero Maximino da Silva foi morto por policiais na noite do dia 21 de outubro em uma blitz que estava sendo realizada no bairro de Manaíra, em João Pessoa. Segundo a Polícia Militar, ele e outro homem estavam em uma motocicleta, tentaram fugir e atropelar os policiais que estavam no local; eles teriam, ainda, segundo a PM, tentado puxar uma arma. O condutor da moto deu outra versão e, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, disse desconhecer a arma e que não tentou fugir da blitz. O jovem posteriormente reafirmou sua versão à Polícia Civil.

A vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital de Emergência e Trauma, mas morreu antes de receber atendimento médico. A assessoria do Hospital de Trauma informou que Cícero já chegou à unidade morto. No dia seguite ao ocorrido, a Polícia Militar divulgou uma nota sobre o caso e destacou a presença de uma arma apreendida no local.

No último dia 3, a Polícia Civil e o Instituto de Polícia Científica (IPC) reconstituíram a morte do universitário. O trabalho durou mais de três horas e contou com a participação do policial militar que baleou o jovem na blitz e também do condutor da motocicleta, na qual Cícero estava na garupa.