Anac diz que novas regras podem baratear preços de passagens

Anac ainda não tem uma estimativa do percentual do impacto das mudanças.

Anac diz que novas regras podem baratear preços de passagensA revisão das regras de transporte de passageiros, aprovada nesta terça-feira (13) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pode beneficiar o consumidor e baixar o preço das passagens no país, segundo estimativa do superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos da Anac, Ricardo Catanant.

Conheça as novas regras para o transporte aéreo aprovadas pela Anac

“Esperamos que isso venha trazer crescimento para o setor, na medida em que essas regras tragam uma maior diversificação dos serviços e uma maior concorrência com ganho de eficiência por parte das empresas e eles venham a ser repassados para os consumidores com menores preços para os passageiros.” As novas regras valem para passagens compradas a partir do dia 14 de março do ano que vem.

Segundo Catanant, a Anac ainda não tem uma estimativa do percentual do impacto das mudanças na redução das tarifas, mas uma empresa aérea já informou que vai oferecer bilhetes 20% mais baratos com as novas regras em vigor. As mudanças resultaram em uma redução de 180 artigos na regulamentação do setor.

Uma das principais alterações aprovadas hoje é a liberação das empresas para oferecerem ou não franquia de bagagem aos passageiros. Atualmente, as companhias são obrigadas a oferecer um limite de bagagem sem custo para os passageiros. Com a mudança, as empresas terão total liberdade para oferecer passagens com ou sem franquia, que poderá ser contratada na hora da compra da passagem ou no momento do check-in.

“A tendência é que empresas incentivem a compra antecipada da franquia. O importante é que as empresas deixem bem claro para os passageiros qual será a regra aplicada”, disse Catanant. No ano passado, 41 milhões de pessoas viajaram no Brasil sem levar bagagens, o que equivale a cerca de 35% do total de viajantes.

A franquia da bagagem de mão passará de 5 quilos para 10 quilos. “Acreditamos que muitos passageiros que buscam a passagem mais barata tenham mais condições de levar apenas uma bagagem de mão.”

Segundo o secretário de Política Regulatória da Secretaria de Aviação Civil, Rogério Coimbra, o regulamento do setor é antigo, da época em que ainda não havia liberdade tarifária no setor aéreo brasileiro, e as mudanças nas regras para a franquia de bagagem têm como objetivo alinhar o regulamento do Brasil ao que acontece no resto do mundo.

“Existe uma visão equivocada de que a franquia só existe porque o governo obriga. Isso não é verdade, o lanche de bordo existe sem o governo obrigar, também os programas de milhagem, isso existe simplesmente porque as empresas brigam para atrair os passageiros. Então, é certo que vão continuar existindo tarifas com franquia de bagagens para atrair o passageiro que quer essa franquia”, disse Coimbra.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), não há garantia de redução do preço das passagens com o fim da franquia de bagagem. Diante do anúncio das mudanças, a entidade encaminhou uma carta à Anac para reforçar os direitos dos consumidores que utilizam o transporte aéreo.