Detentos voltam a ocupar telhados dos pavilhões de Alcaçuz, no RN

 Esse já é o quinto dia consecutivo em que isso acontece. No final de semana, 26 pessoas morreram durante rebelião. 

Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, voltaram a subir nos telhados dos pavilhões e, no final desta manhã, deram início a um confronto entre membros das duas facções que dividemcomandam o presídio: o Sindicato do RN e o PCC. Esse já é o quinto dia consecutivo em que isso acontece. O helicóptero Potiguar I, da Polícia Militar, chegou ao local para auxiliar na operação de contenção dos presos por volta das 10h, enquanto que o Polícia Militar está na área externa do presídio e agentes penitenciários atiram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para conter o confronto entre os detentos. 

No final de semana, 26 pessoas morreram durante uma rebelião no local que durou mais de 14 horas. Em março de 2015 uma rebelião ocorreu no presídio e, com isso, as celas ficaram sem grades, facilitando a circulação dos presos dentro dos pavilhões. Os presos estão armados com paus, barras de ferro e pedras. 
 
 
A rebelião no Rio Grande do Norte começou na tarde do último sábado (13), logo após o horário de visitas. Os presos do pavilhão 5, integrantes do PCC, usando armas brancas, quebraram parte de um muro e invadiram o pavilhão 4, ocupado por integrantes do Sindicato do RN. No dia 16, dois dos fugitivos foram presos na Paraíba, no município de São Bento.   No mesmo dia, as divisas entre a Paraíba e o estado vizinho foram reforçadas. 

Na última quarta-feira (18), o governador Robinson Faria formalizou o pedido de auxílio ao governo federal. Na terça-feira (17), o governo federal havia anunciado que o presidente Michel Temer decidiu colocar as Forças Armadas à disposição dos governadores para operações específicas em presídios, fazendo inspeções de rotina e buscando materiais proibidos. Também foi determinada a criação de um Grupo Nacional de Intervenção Penitenciária para discutir soluções.

 
Em Alcaçuz, o confronto é entre integrantes do Sindicato do RN, a mais numerosa organização criminosa do estado, e do Primeiro Comando da Capital (PCC).
 
O Rio Grande do Norte foi o terceiro estado a registrar matanças em presídios deste ano no país. Na virada do ano, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.