Arma usada por preso para matar agente da Polícia pertence ao delegado

Suspeito algemado atirou contra o agente que morreu no local; enterro aconteceu hoje em Patos.

Arma usada por preso para matar agente da Polícia pertence ao delegadoA arma usada para matar o agente de investigação Klaus Cruz, no último domingo (29), em Patos, no sertão da Paraíba, pertence ao delegado Diego Beltrão. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30), pelo titular da 3ª Superintendência de Polícia Civil, delegado André Rabelo. Segundo as investigações, o policial civil foi assassinado no interior da Delegacia de Homicídios pelo preso Emerson Dias, suspeito de assaltos a instituições financeiras, que estava algemado e mesmo assim, teve acesso a uma arma de fogo dentro da unidade policial. Após disparar contra o agente, ele foi atingido e morreu após ser socorrido. O delegado Glauber Fontes foi designado em caráter especial para presidir o inquérito que investiga o crime.

Segundo o delegado André Rabelo, a polícia cumpriu todos o procedimentos necessários para esclarecer a cena do crime. “Neste momento temos a convicção que o disparo que matou o agente Klaus partiu de uma arma que estava sob posse do Emerson, e que pertence ao delegado Diego Beltrão e estava em uma das salas da delegacia. O Instituto de Polícia Científica (IPC) compareceu ao local para realizar perícias, cujos laudos irão apontar de onde partiu o disparo que matou preso. Estiveram presentes na sede da Delegacia de Homicídios representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Patos, e da Corregedoria de Polícia Civil, que ouviu a equipe de policiais que estava na ocorrência”, ratificou o delegado.

Como se deu a prisão do suspeito de matar o agente

Rabelo ainda explicou que a ocorrência que resultou na prisão de Emerson Dias pelo Grupo Tático Especial (GTE) da 15ª Delegacia Seccional foi iniciada na noite de sábado (28), quando um veículo Fiesta Sedan, com placa do estado de São Paulo e com três ocupantes foi abordado no Posto da Polícia Rodoviária Federal, na cidade de São Mamede. 

“Nessa oportunidade, foi efetuada a prisão do cearense José Genildo Rocha, radicado há vários anos na cidade de Várzea Paulista (SP). Por volta das 18h, repassamos ordens à equipe da Homicídios para que efetuasse diligências no sentido de identificar e localizar os outros dois ocupantes do veículo para apurar suas identificações e nos certificar até que ponto os referidos indivíduos estariam envolvidos com explosões de caixa eletrônicos na região”, explicou.

No início da manhã, o GTE localizou Emerson Dias em uma pousada na cidade de Patos e o conduziu à delegacia, junto com seu veículo, um Fiesta Sedan, no qual foram apreendidos vários equipamentos utilizados para arrombamentos de caixas eletrônicos. A ficha criminal do preso também mostrou que ele já respondia a 26 processos, em São Paulo e outros estados.

Suspeito acertou os tiros mesmo algemado e com as mãos para trás

“Emerson foi conduzido para uma das salas da delegacia a fim de ser ouvido, momento em que percebeu que estava sozinho no recinto, onde havia uma arma de fogo. Nesse instante, apossou-se da pistola, e mesmo algemado com as mãos para trás, saiu rapidamente do cômodo. Um dos investigadores da equipe ainda verbalizou que havia um homem armado no recinto, no sentido de avisar a todos os companheiros sobre o perigo iminente. Acuado e não conhecendo a estrutura física da delegacia, o preso optou por adentrar em uma sala na qual Klaus estava ouvindo o foragido José Genildo, preso na noite anterior. O investigador foi atingido no abdome e na cabeça por Emerson, que conseguiu efetuar os disparos mesmo algemado com as mãos para trás. Agora aguardamos os laudos periciais que devem apontar de onde partiu o disparo que matou o preso”, esclareceu o superintendente.

O agente de investigação Klaus Cruz do Nascimento foi enterrado na manhã desta segunda-feira (30), em Patos. Na cidade, foi realizado um cortejo fúnebre, com a presença de policiais civis e de outras instituições de Segurança Pública de todo o Estado.