Banco Central prevê inflação brasileira em 3%

Afirmação foi feita em um evento voltado para investidores, organizado por um banco em São Paulo.

A longo prazo a meta da inflação pode chegar a 3%, disse o presidente do Branco Central (BC), Irlan Goldfajn, nesta terça-feira (31), em São Paulo. Segundo Irlan, se forem tomadas as decisões corretas a inflação brasileira pode ser parecida com a de outros países emergentes, contudo, por enquanto o BC trabalha para buscar a meta atual, que é de 4,5%.

A afirmação foi feita durante um evento voltado para investidores, organizado por um banco, na capital paulista. Perguntado sobre o crédito de curto prazo, Goldfajn disse que no Brasil é preciso trabalhar com medidas que garantam mudanças sustentáveis. Segundo ele, as iniciativas que estão sendo anunciadas pelo governo têm foco no médio prazo e terão impacto duradouro.
 
De acordo com o presidente do BC, o Brasil está menos vulnerável a choques externos do que no passado. Em 2016, o déficit de transações correntes – saldo das trocas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo – fechou em 1,35% do Produto Interno Bruto (PIB). “Nossas reservas ultrapassam 20% do PIB. Hoje a vulnerabilidade externa do Brasil é muito menor”, analisou.
 
Goldfajn disse ainda que a economia brasileira está em período de recuperação dos fundamentos econômicos depois de uma crise que levou o país a um tipo de choque de oferta, quando ao mesmo tempo houve recessão e aumento da inflação. “Nesse caso isso levou nossa inflação para quase 11% e nossa recessão para 8%. No Brasil levou a um crescimento das despesas públicas e de algunas despesas privadas e gerou endividamento excessivo.”
 
Goldfajn disse aos investidores que o Banco central apresentou recentemente a Agenda BC+, com medidas que abrangem quatro pilares para aumentar a cidadania financeira, aprimorar o arcabouço legal, aumentar a eficiência do sistema financeiro e reduzir o custo do crédito.