Família de vítimas da Chacina de Pioz quer que celular de Patrick Gouveia passe por nova perícia

Segundo parentes, nova perícia abriria possibilidade de encontrar novas provas contra o amigo de Patrick. 

Parentes de Marcos Campos, uma das vítimas da ‘Chacina de Pioz’, na Espanha, solicitaram à Justiça espanhola que o celular usado por François Patrick Gouveia, assassino confesso de quatro membros da família, passe por uma nova perícia. Segundo o irmão de Marcos e tio de Patrick Gouveia, Walfran Campos, o motivo para o pedido seria a possibilidade de encontrar novas provas contra Marvin Henriques, amigo com quem Patrick trocou mensagens durante o crime.

Em entrevista ao portal G1 Paraíba, Walfran afirmou que a solicitação foi feita através de representantes da família na Espanha e protocolada no início de março. O irmão de Marcos disse que a decisão da Justiça espanhola sobre o pedido deve sair até a primeira quinzena de abril.

"A família sabe que Patrick mantinha um contato constante com Marvin pelo celular, os dois conversavam muito. Por isso, a gente quer saber se houve em algum momento uma premeditação, se o amigo passou alguma ajuda, se Patrick chegou a comentar que já pretendia cometer essa barbaridade", ressaltou Walfran, complementando que acredita que Patrick tenha excluído informações importantes do aparelho celular depois do crime. "Estou lutando praticamente só nesse processo".

Walfran espera que com a nova perícia seja possível saber se Patrick falou com outras pessoas, além de Marvin, sobre o crime.  

Relembre o caso

Os corpos dos paraibanos Marcos Campos, Janaína Américo e os filhos do casal de 1 e 4 anos de idade foram encontrados mortos e esquartejados em um chalé na cidade espanhola, em 18 de setembro do ano passado. As autoridades foram alertadas por um vizinho ‘que percebeu o odor’ vindo da residência.
 
Inicialmente a Guarda Civil espanhola trabalhou com a possibilidade de ajuste de contas. Porém, com o avançar das investigações, descartou-se essa tese e, 15 dias após a descoberta dos corpos, o caso foi dado como encerrado. E François Patrick Nogueira Gouveia, sobrinho de Marcos, foi apontado como único suspeito, após a polícia achar material genético dele no local do crime.

Após se entregar na Espanha, Patrick confessou ser de fato o autor do crime. Em depoimento, ele não revelou os motivos que fizeram com que ele cometesse o assassinato, disse apenas que “sentiu uma ódio incontrolável e uma vontade de matar”.

Após investigações, a Polícia Civil da Paraíba anunciou a prisão de um segundo suspeito de envolvimento nas mortes. A prisão preventiva de Marvin Henriques Correia foi pedida pelo Ministério Público, por acreditar que o jovem de 18 anos participou do crime, mesmo à distância. Tempos depois, Marvin foi liberado da prisão e monitorado com tornozeleira eletrônica.