Nos três primeiros meses deste ano, 38 crianças deram entrada no Hospital de Trauma de Campina Grande, vítimas de acidentes domésticos. Desse toral, 24 com faixa etária entre um e três anos de idade. Segundo a direção da unidade hospitalar, as queimaduras lideram os atendimentos.
Conforme os dados, esse número é quase metade do que foi registrado em todo o ano passado, quando 52 crianças foram atendidas no hospital, vítimas de algum tipo de acidente doméstico. Atualmente, três crianças estão no hospital tratando de queimaduras, como no caso do pequeno Ruan, que foi transferido de Sousa, no Sertão, depois de sofrer um acidente com uma panela de pressão.
“Eu não estava presente no momento, mas o pai dele falou que tava de costas escutou os gritos dele e do irmão, que são gêmeos, e a pancada da panela. Só o Ruan que ficou em uma situação mais grave e precisou ser transferido, mas o irmão dele já teve alta e tá em casa”, explicou a avó, Maria da Glória.
Para a cirurgiã plástica do Hospital de Trauma, Isis Lacerda, os acidentes são comuns e todo cuidado é pouco. “Tem criança internada com queimadura de água quente de fazer café, acidente com panela de pressão, com explosão e queimaduras por conta da eletricidade. A gente acha que algumas coisas dentro da nossa casa não oferecem risco, mas os pais têm de ficar de olho”, disse.
Além das queimaduras, ingerir pequenos objetos também é comum. Na ala de endoscopia do Trauma, vários objetos são retirados do estômago das crianças. A técnica em enfermagem, Lucineide Braga, fala que moedas estão no topo da lista. “A moeda é recorde, mas também tem broches de cabelo, peças de relógio e muita coisa pequena. Os pais devem ficar atentos aos brinquedos que são muito pequenos, porque as crianças acham que é balinha e acabam engolindo”, explicou.
A médica, Isis Lacerda, recomenda cuidados redobrados no dia a dia. “Muito cuidado com a cozinha, porque cozinha não é lugar de criança pequena. Devemos colocar os cabos das panelas viradas para dentro do fogão, tomadas tampadas e equipamentos eletrônicos devem estar fora de alcance dessas crianças, evitando que algum tipo de acidente aconteça”.
