CVV encontra dificuldades de manter funcionamento em João Pessoa

Nova linha telefônica não pode ser instalado por dificuldades financeiras.

Foto: Kleide Teixeira
CVV encontra dificuldades de manter funcionamento em João Pessoa
Todos que necessitam do CVV são atendidos por telefone, Skype, e-mail ou de forma presencial. Foto: Kleide Teixeira

Centro de Valorização da Vida (CVV) corre o risco de perder o serviço gratuito oferecido há 30 anos em João Pessoa. O motivo seria o desligamento em todo o Brasil, no mês de novembro, da linha telefônica 141 – serviço de utilidade pública – gratuito para quem liga. Em seu lugar, será disponibilizado o número 188 para todo o Brasil. Porém os voluntários não tem condições arcar com a mudança. O CVV funciona numa sala cedida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS-jp), dentro do antigo Lactário da Torre, a rua Rui Barbosa, s/n, bairro da Torre.

Para ativar este novo número, os voluntários de cada localidade deverão, necessariamente, assumir as despesas de telefonia, que incluem instalação e manutenção do aparelhamento e banda larga de, no mínimo, 15MB. Infelizmente, os voluntários da capital não possuem condições de assumir tais despesas. Desta forma, o serviço 188 não será disponibilizado em João Pessoa, limitando-se apenas ao número 3224-4111 que custa o preço de um ligação local de acordo com a operadora detelefonia de quem efetuar a ligação.

Sobre o CVV

O serviço é todo mantido por seus voluntários e não possui nenhum tipo de suporte financeiro do Governo ou de empresas privadas. Foi o primeiro trabalho voluntário implatado no Brasil que oferece sigilo, privacidade e amparo para pessoas que sofrem de solidão à desequilíbrio emocional.  Um trabalho de dedicação focado na prevenção de suicídio, é reconhecido como serviço de utilidade pública que atua no Brasil há 55 anos e há 30 anos em João Pessoa. Atualmente o CVV possui 5 formas de atendimento aqui na capital. São eles via dois telefones (141 e 3224-4111), chat, e-mail, Skype ou presencial.

Segundo a voluntária e porta-voz do CVV, Aparecida Melo, “todos os casos abordados pela pessoa que procura o CVV merece atenção e respeito. O que mais me chama atenção são os dados estatísticos, segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% casos de suicídio podem ser evitados”. A sede João Pessoa atende entre 450 a 600 chamadas por mês.

Voluntários e postos

Para se tornar um voluntário do CVV é necessário ter no mínimo 18 anos e se inscrever em um curso de capacitação e seleção de voluntários. O curso tem duração de três meses e é totalmente gratuito. O candidato deve ter disponibilidade de quarto horas semanais e ter vontade de realizar um trabalho gratuitamente.

A metodologia aderida pelo CVV é comum a todos os 82 postos existentes no Brasil. A Paraíba conta com dois postos, um em João Pessoa e outro em Campina Grande. Um grupo de 12 estudantes estão tentando criar um posto em Patos. Atualmente o CVV não funciona 24h por dia na Paraíba, pois não possui voluntários suficientes, seria necessário ter, no mínimo, 40 pessoas para atender a demanda. O serviço funciona das 14h às 21h.