População vai pagar pelas águas da transposição a partir de março, diz Aesa

Ministério da Integração calcula um custo aproximado de R$ 500 milhões por ano.

População vai pagar pelas águas da transposição a partir de março, diz AesaA partir de março de 2018, a população vai começar a pagar pelo consumo das águas da transposição do rio São Francisco. Os valores ainda estão sendo definidos. A revelação foi feita pelo presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (Aesa), João Fernandes. O Ministério da Integração calcula um custo aproximado de R$ 500 milhões por ano a ser pago pela Paraíba e mais três estados beneficiados.

Atualmente, recebem águas do “Velho Chico” 19 municípios, abastecidos pelo açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, incluindo Campina Grande. No Cariri, 10 cidades são abastecidas , por meio de um sistema de integração montado entre o rio Paraíba e a adutora do Congo.

“A partir de março, o governo federal vai cobrar pela transposição. A cobrança não vai ser pela água em si, mas principalmente pela energia usada nas bombas para trazer a água para a Paraíba, inicialmente pelo Eixo Leste. A Aesa e a Cagepa vão comprar água de acordo com a necessidade. Se o inverno for muito bom, pode não ser necessária”, revelou Fernandes, acrescentando que não foi definido o valor pelo metro cúbico de água.

Cálculo da água

O Ministério da Integração calcula um custo aproximado de R$ 500 milhões por ano a ser pago pelos quatro estados beneficiados: Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Paraíba. O governo federal escolheu a Companhia de desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para ser a operadora, que apresentou um estudo em novembro de 2016.

A estimativa do estudo era o montante entre R$ 525 milhões e R$ 623 milhões por ano, a ser pago pelos estados ao governo federal. Em dezembro de 2016, a Agência Nacional das Águas (ANA) publicou nota técnica estimando um custo anual mais em conta, entre R$ 418 milhões e R$ 487 milhões. O orçamento mais caro, nos dois casos, inclui os riscos com inadimplência.