‘Se a paralisação continuar, haverá falta de alimentos’, diz associação de supermercados

Supermercados, Empasa e Cecaf registram queda na oferta dos alimentos.

'Se a paralisação continuar, haverá falta de alimentos', diz associação de supermercados
Vendedores começam a sentir o impacto da falta de abastecimento dos produtos na Empasa de Campina Grande. / Foto: Laisa Grisi/TV Paraíba.

Após quatro dias de paralisação dos caminhoneiros, a Empresa Paraibana de Abastecimento de Serviços Agrícolas (Empasa) começa a sentir o efeito da falta de abastecimento de mercadoria nesta quinta-feira (24). De acordo com o diretor presidente da empresa, José Tavares Sobrinho, se a paralisação continuar, vai faltar laranja nas três unidades da Empasa, localizadas em João Pessoa, Campina Grande e Patos.

“A mercadoria que está sendo vendida é ponta de estoque do que resta da segunda e terça-feira. Porque a partir da terça-feira já registramos uma queda considerável no abastecimento”, afirma o presidente. “Em João Pessoa não está tão grande porque tem uma parte da produção que vem no Litoral Norte e Sul. Mas Campina Grande a queda foi de 95% e patos de 75%”, diz.

Ainda de acordo com o presidente, devido a pequena oferta dos produtos, a tendência é o aumento no valor da mercadoria. “Hoje [quinta-feira] já começou a acontecer o desabastecimento. Registramos um aumento no preço da tomate, cebola e batatinha, em função da pequena oferta. Só temos estoque de laranja para atender ate a sexta-feira”, afirma.

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Na Paraíba, 70% do estoque de verduras vem de outro estado. “A tomate vem da Bahia, o pessoal não consegue fazer esse transporte de lá para cá. Em João Pessoa estamos quase em falta da tomate da unidade de João Pessoa”, esclarece o presidente.

A empresa é aberta para comercialização de produtos agrícolas de segunda a sábado, das 3h às 12h30. Ainda de acordo com José Tavares, a parte administrativa da empresa segue funcionando 24 horas por dia para receber os caminhões abastecidos independente da hora em que chegar ao fim da paralisação. “O que podemos fazer é tentara a logística disponível e estarmos prontos para recebê-los a qualquer momento e não prejudicar a população”, afirma.

Em João Pessoa

Devido a greve dos caminhoneiros, o funcionamento do Centro de Comercialização de Agricultura Familiar (Cecaf) foi afetado 40% durante esta quinta-feira (24). De acordo com a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb-JP), responsável pela Cecaf, cerca de 70 comerciantes conseguiram chegar até o local.

Ainda de acordo com a assessoria, não houveram alterações nos valores dos produtos. A Cecaf funciona na quinta-feira e o no sábado, das 5h às 13h.

Supermercados

'Se a paralisação continuar, haverá falta de alimentos', diz associação de supermercados
Foto: Tiago Bernardino.

Segundo o superintendente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Damião Evangelista, o estado paraibano está prejudicado na parte de hortifruti. “A Ceasa [Empasa] que é responsável pela distribuição de produtos de supermercados, já não tem uma quantidade suficiente de produtos em João Pessoa. Na nossa parte de alimentos estamos com a nossa logística toda travada, carretas e caminhões que fazem a distribuição ainda continuam parados na BR”, diz.

Ainda de acordo com o superintendente da ASPB, o atacado que realiza o processo de distribuição para as lojas, está sem os produtos, o que influência no aumento nos valores das mercadorias. “Um exemplo é o preço do saco de batatas, ele é normalmente vendido a R$ 140 e hoje já passou para R$ 250. E apesar do aumento no valor, já não tem mais esse produto. A tendência é só agravar”, esclarece.

Segundo a ASPB, se a paralisação continuar haverá a falta de alimentos em supermercados nos próximos quatro dias.