Grupo de refugiados venezuelanos é transferido de Roraima para João Pessoa

Esta é a segunda vez que o estado recebe imigrantes que estavam na região Norte.

Grupo de refugiados venezuelanos é transferido de Roraima para João Pessoa

Um grupo de 69 refugiados venezuelanos foi transferido de Roraima para João Pessoa nesta terça-feira (28). Além da capital paraibana, também vão receber imigrantes as cidades de Manaus, 65 pessoas, e São Paulo, 53. A transferência é uma ação da Casa Civil do governo federal em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A transferência acontece 10 dias depois do acirramento do clima na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, na cidade de Pacaraima, em Roraima. Após o assalto a um comerciante, brasileiros queimaram acampamentos de venezuelanos na cidade. O governo do estado voltou a pedir o fechamento da fronteira no Supremo Tribunal Federal (STF) após o aumento da crise migratória.

Todos os selecionados que aceitaram participar da interiorização, foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil, inclusive com CPF e carteira de trabalho. A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros Estados brasileiros. Por se tratar de um processo voluntário, o número de pessoas a serem transportadas pode sofrer alterações até o momento do embarque.

Em João Pessoa, os venezuelanos vão ficar na Organização Não-Governamental (ONG) Aldeia Infantil SOS. Eles deixaram Boa Vista em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na metade da manhã. A aeronave deve chegar em Recife, capital de Pernambuco, por volta das 16h, e de lá os imigrantes serão transportados para João Pessoa. Os demais seguem viagem para São Paulo.

Esse é o segundo grupo de venezuelanos transferido para a Paraíba. Em julho, 44 imigrante deixaram Roraima com destino ao Conde, na Grande João Pessoa.

Além dos refugiados desta terça-feira, outros 89 vão ser transferidos na quinta-feira para o Paraná, Rio de Janeiro e Brasília.

Como funciona a iniciativa

A interiorização tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as  Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A partir das vagas disponíveis e do perfil dos abrigos participantes do processo de interiorização, o ACNUR identifica os interessados em participar da estratégia, assegura que estão devidamente documentados e financia melhoras de infraestrutura e custos operacionais nos locais de acolhida – especialmente os administrados pela sociedade civil. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.

Com esta etapa, o número de venezuelanos transferidos para outros estados com ajuda do Governo Federal passará a marca de mil pessoas. De abril a julho, 820 pessoas foram levadas a sete cidades: 287 a São Paulo, 119 a Cuiabá, 165 para Manaus, 86 ao Rio de Janeiro, 69 para Igarassu (PE), 50 para Brasília e 44 para Conde (PB).

Em setembro, cerca de 400 pessoas devem ser transportadas a cada semana. A interiorização depende de interesse das cidades de destino e da existência de vagas em abrigos. Reuniões prévias com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.