Que relacionamento pode celebrar 292 anos sem perspectiva de fim? A estreita ligação entre o brasileiro e o café atravessa séculos e se mantém firme e forte desde que o grão chegou ao Pará, em 1727, depois de atravessar a fronteira com a Guiana Francesa. Desde então, esse namoro que virou casamento nunca caiu na monotonia, se reinventando a cada cafezinho que chega na mesa.
O brasileiro é tão apaixonado por café que celebra essa união em várias datas ao longo do ano. Neste domingo (14), celebra-se uma delas: o Dia Mundial do Café, que não tem muitos registros da origem. Há ainda o Dia Nacional do Café, instituído em 24 de maio pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). E o Dia Internacional do Café, definido pela Organização Internacional do Café (OIC) no dia 1º de outubro. Mas como todo dia é bom pra um cafezinho…
Para cada paladar, um método
Parte do sucesso dessa relação é a adequação da forma de preparo ao paladar do bebedor de café. De acordo com o provador de café da São Braz Salmon de Oliveira, as primeiras formas usadas foram o café coado no coador de pano e a infusão, quando ele é fervido dentro da água e é preciso esperar que o pó ‘decante’ para poder servir.
As máquinas de espresso só apareceram lá por 1950 como um item de luxo em cafeterias de grandes centros urbanos. Só na década de 1980 elas se tornaram mais populares e acessíveis ao grande público. Hoje é possível o consumidor ter acesso a uma grande variedade de formas de preparo na cozinha de casa com a ajuda da tecnologia.
É Salmon que ajuda o Jornal da Paraíba a mostrar ao leitor as diversas formas de preparar a bebida.
Com coador de papel
- Alerta: O coador de papel é o mais comum nas casas, mas ele exige um cuidado extra: escaldar o filtro com a água quente antes de colocar o pó em si impede que o aroma residual do processo de produção ‘contamine’ a bebida.
- Como fazer: Com auxílio de um bule (ou recipiente que ajude a controlar o fluxo de água), colocar a água de forma controlada em movimentos giratórios sobre o pó. Isso garante que, durante a passagem pelo pó, a água leve o máximo de sabor possível para a bebida final. O tempo ideal é cerca de 4 minutos e quanto mais tempo se leva coando, mais elementos chegam à bebida final e o café fica mais forte.
- Lembrete: Salmon lembra que o processo de coar a bebida se trata de um processo que usa um solvente (no caso, a água) para carregar elementos solúveis do pó do café (ácidos, açúcares, cafeína e outros) para a bebida que vai ser consumida. Por isso a importância de obedecer cada passo para retirar o melhor possível do pó.
- Proporção ideal: 65 gramas de café para 1 litro de água.
Com coador de pano
- Como fazer: O processo de preparo segue os mesmos passos do coador de papel
- Diferença: Com o uso, o coador de pano vai acumulando sabor residual por conta de óleos presentes no café que ficam retidos no tecido. Isso deixa a bebida preparada ligeiramente mais amarga. Aliás, o coador de papel foi criado justamente para evitar esse efeito, para produzir uma bebida mais suave.
Com cafeteira italiana
- Como funciona: O café é feito a partir de uma extração pela passagem forçada da água pelo pó de café. Isso acontece a cafeteira é vedada e colocada sobre o fogo, aumentando a pressão interna na câmara de água, processo semelhante ao que acontece na panela de pressão tradicional. Esse método, no entanto, demora um pouco mais para acontecer.
- Diferença: esse processo de pressão faz com que a água alcance temperaturas mais altas, o que faz com que ela consiga extrair mais elementos do pó, o que concede à bebida um sabor aproximado de um café espresso.
Com cafeteira elétrica
- Como funciona: o processo é muito parecido com o do coador, só que todo executado pela máquina. Ela é que dita as regras de temperatura, velocidade de despejamento e posição de aplicação da água.
- Diferença: Geralmente, o café produzido pela cafeteira elétrica é mais suave do que quando o processo é manual. Quem gosta da bebida mais forte, portanto, precisa usar um pouco mais de pó.
Com cápsulas
- Como funciona: O café já é selecionado desde a escolha da matéria prima para ser consumido com este método. Os lotes escolhidos são, em geral, os com cafés mais adocicados e aromáticos. É uma experiência que permite perceber mais a acidez do grão, o que é uma qualidade.
- Diferença: A acidez dá mais leveza à bebida, fazendo a boca salivar e experimentar a complexidade da bebida.
