Saúde investiga primeiro caso suspeito de morte por malária na Paraíba

Secretária estadual também informou que já tem 10 casos confirmados no estado.

Saúde investiga primeiro caso suspeito de morte por malária na Paraíba
Todos os casos confirmados, inclusive o óbito investidos, ocorreram no Litoral Sul da Paraíba. Foto: Divulgação

A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba informou nesta terça-feira (4) que, após a realização de exames, já foram confirmados dez casos de malária no estado. Além deles, também foi divulgada uma notificação de óbito suspeito de ter ocorrido em decorrência da doença, que ainda está sob investigação. Os casos confirmados são do município de Conde, no Litoral Sul da Paraíba, mas a identidade dos pacientes não foi revelada.

Segundo a SES, o paciente que teria falecido em decorrência da malária foi internado no fim de abril e falecido logo em seguida. A responsável técnica da malária da SES, Amanda Soares, explicou que apesar da suspeita inicial ser de dengue, por ele morar em Jacumã, no Litoral Sul, uma das áreas foco da malária, o caso foi notificado também como possível malária.

“Foi aberta investigação para tentar descobrir a causa do óbito, mas sempre é bom destacar que esse paciente era crônico, tinha doenças cardiovasculares e respiratórias e esse agravamento pode ter sido preponderante para a morte do paciente e não necessariamente pela infecção. Estamos aguardando o resultado de exames complementares para sabermos a causa realmente”, ponderou Amanda Soares.

Outros casos

O último caso de malária foram confirmados pela SES no sábado (1º). A paciente, moradora de Conde, após a realização do teste rápido no município com resultado positivo, foi transferida para a unidade assistencial de referência, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU), teve a medicação iniciada e segue internada. Além dela, o sétimo caso notificado na última quinta-feira (30), o paciente não precisou ficar hospitalizado e segue o tratamento no município de Conde. Já os pacientes do sexto caso continua internado.

A gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, ressalta que o trabalho de busca ativa dos casos na comunidade é uma das medidas prioritárias que deve ser mantida pelos profissionais do município, oportunizando assim a identificação dos casos nos primeiros dias com o objetivo de interromper a transmissão do parasito; bem como a ida ao serviço de saúde daquela pessoa que reside no Conde ou que esteve no município no período de 8 a 30 dias anterior à data dos primeiros sintomas e iniciou febre, acompanhada ou não de cefaléia, náuseas, fadiga, anorexia, calafrios, sudorese, cansaço, mialgia e tremores. “Essas pessoas devem realizar exame de Teste Rápido e/ou Exame Gota Espessa para malária e, se positivo, iniciar a medicação de imediato”, alerta.

O município de Conde tem equipe médica qualificada para iniciar a medicação dos casos positivos quando esses chegam sem complicações. Talita Tavares afirma que não existe a necessidade de encaminhar a pessoa para atendimento hospitalar. Essa qualificação se fez necessário, pois nem todo paciente positivado para malária necessariamente deverá ser hospitalizado.

Ações

Talita conta que as ações de controle vetorial com a utilização de inseticida intradomiciliar em todos os casos confirmados já vinham acontecendo. Os ciclos do UBV pesado, que é o carro fumacê, em todo o município para redução da densidade populacional do mosquito “Anopheles” seguirá acontecendo com semanas intercaladas até o início de julho.

A Secretaria de Estado da Saúde alerta a população para incorporar as medidas de prevenção individual como rotina. O município de Conde segue com risco potencial de transmissão da doença, cabendo a todos os moradores e visitantes os seguintes cuidados contra picada de mosquitos como: o uso de calças e camisas de manga longa e de cor clara, uso de repelentes, evitar locais próximos a criadouros naturais dos mosquitos (beira de rios e lagos, áreas alagadas ou coleções hídricas, região de mata nativa), principalmente nos horários da manhã e ao entardecer, por serem os períodos do dia de maior atividade dos vetores da doença, entre 17h e 6h, uso de telas protetoras nas portas e janelas e o uso de mosquiteiros.