Acusada de assassinar dois integrantes do MST em Alhandra tem prisão mantida

Homens foram assassinados à queima-roupa em dezembro de 2018.

Acusada de assassinar dois integrantes do MST em Alhandra tem prisão mantida
Assassinatos dos membros do MST ocorreram no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra. Foto: divulgação

A Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu, nesta quinta-feira (11), manter a prisão de Maria de Fátima Santos Freitas. Ela é acusada de ser uma das autoras dos homicídios de dois homens no Assentamento Dom José Maria Pires, do Movimento dos Sem Terra (MST), no Município de Alhandra, Litoral Sul da Paraíba. José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, e Paulo Rodrigo Freitas Celestino, foram mortos em dezembro de 2018.

O relator do pedido de habeas corpus foi o desembargador e presidente do Colegiado, Ricardo Vital de Almeida. Ainda votaram os desembargadores Joás de Brito Pereira Filho e João Benedito da Silva. O parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, emitido pelo procurador José Roseno Neto, foi, também, pela denegação da ordem.

Pedido da defesa

Em seus argumentos contra a prisão preventiva decretada pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Alhandra, a defesa alegou falta de indícios de ser Maria de Fátima Santos Freitas uma das autoras da empreitada criminosa, como, ainda, a fragilidade da decisão que decretou a prisão preventiva. Disse, também, que a paciente possui condições pessoais favoráveis, inexistindo risco à ordem pública.

Sobre o primeiro fundamento (ausência de indícios), o relator afirmou que a autoridade coatora consignou existir fortes indícios de ser a paciente uma das autoras intelectuais dos homicídios cometidos contra Orlando e Rodrigo. No tocante à ausência de fundamentação do decreto de prisão, o desembargador disse que a decretação está devidamente fundamentada, nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, sendo possível identificar os motivos de fato e de direito que embasaram a decisão.

“Por outro lado, as condições favoráveis da beneficiária não têm o condão de, por si só, garantirem a revogação da prisão preventiva, se existem nos autos elementos hábeis a recomendar a manutenção de sua custódia cautelar, como na espécie”, finalizou o relator.

Entenda o caso

Segundo os autos, no dia 8 de dezembro de 2018, quatro pessoas chegaram encapuzadas em um veículo ‘Classic’, cor preta, ao assentamento do MST e três delas foram em direção às vítimas e efetuaram disparos de arma de fogo, ocasionando as mortes dos dois.

Em fevereiro deste ano, a polícia realizou uma reconstituição do crime no local em que ele ocorreu. A delegada Lídia Veloso, que estava à frente do caso, disse que o crime tinha características de execução, porque os atiradores mandaram outras pessoas se afastarem e atiraram somente nas duas vítimas. “Falaram que queriam só eles, mandaram os outros saírem do meio, renderam e atiraram. Por isso trabalhamos com execução”, afirmou

Após representação da autoridade policial, foi decretada a prisão preventiva de Maria de Fátima Santos Freitas para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução processual, por supostamente ser uma das autoras dos homicídios de Orlando e Rodrigo.