UTI do Arlinda Marques é interditada pelo CRM por falta de segurança

Órgão tinha dado prazo para que fossem tomadas providências pela Secretaria de Saúde.

UTI do Arlinda Marques é interditada pelo CRM por falta de segurança
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, foi interditada eticamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) após fiscalização na manhã desta sexta-feira (9). Na quarta-feira (7), o CRM-PB tinha dado um prazo de 48 horas para que a Secretaria de Saúde Estadual providenciasse segurança armada no hospital, após ameaças do pai de uma criança internada contra a equipe de profissionais do hospital e pacientes da UTI pediátrica. Nesta sexta o prazo concedido para que as providências fossem tomadas expirou e nada foi resolvido.

“É um absurdo o que está acontecendo neste hospital. Pacientes, acompanhantes e profissionais estão assustados e preocupados com a falta de segurança no local. Tentamos resolver o problema da melhor forma possível, mas só tivemos promessas de que a segurança armada seria providenciada. Infelizmente, temos que fazer a interdição ética”, explicou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa.

Ele acrescentou que na próxima quarta-feira (14), a equipe de fiscalização do CRM-PB irá retornar ao hospital para verificar se foi providenciada a segurança do hospital. Caso contrário, o Conselho poderá interditar eticamente também o Pronto Atendimento do hospital. O diretor de fiscalização explicou ainda que as interdições éticas realizadas pelo CRM-PB impedem o médico de atender nas unidades de saúde. No entanto, os pacientes que ainda estiverem internados continuam recebendo assistência médica, mas não há novas internações na unidade.

Procurada, a Secretaria de Saúde disse que vai divulgar uma nota oficial sobre o assunto. Está prevista para esta sexta uma reunião entre a Secretaria, a direção do Arlinda Marques e o CRM.

Entenda o caso

Na quarta (7), o CRM-PB esteve no hospital Arlinda Marques após denúncias de pediatras da UTI. A equipe de fiscalização apurou que na sexta-feira (2), o pai de uma criança de 6 anos internada na UTI disse que se a filha fosse a óbito, ele mataria uma paciente de 12 anos também internada no setor. Durante as ameaças, o homem quebrou dois vidros do setor, se feriu e deixou pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde assustados. Com isso, o CRM-PB entregou relatório pedindo que fosse providenciado policiamento armado em um prazo de 48 horas, sob pena de interdição ética da UTI.

Naquele dia, a Secretaria de Saúde disse que “o Hospital Arlinda Marques, assim como toda a rede hospitalar estadual, conta com uma estrutura de apoio para segurança patrimonial. De toda forma, cumprindo a orientação do CRM, já está aderindo a ata para contratação de segurança privada”.