Pesquisa da UFPB indica falta de empatia em 42,6% dos jovens de João Pessoa

A ausência de empatia pode resultar em comportamento agressivo, segundo pesquisadora.

UFPB (Foto: Rizemberg Felipe)
UFPB (Foto: Rizemberg Felipe)
Foto: Rizemberg Felipe

Uma pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou que 42,6% dos jovens apontam déficit de empatia e 31,1% mostraram ter alguma dificuldade no desenvolvimento de relações afetivas. O trabalho, desenvolvido pela estudante de Psicologia Giselle Pessoa, sob a orientação da professora Shirley Simeão, especializada em terapia cognitivo-comportamental, foi premiado no Seminário Internacional de Habilidades Sociais, no início deste mês, em São Luís, no Maranhão.

A insuficiência nesses aspectos cognitivos e afetivos, segundo as pesquisadoras, pode resultar em um comportamento agressivo que reflete na falta de educação e de socialização. “A empatia é uma habilidade muito requerida no contexto da adolescência, envolvendo comportamentos como respeitar as diferenças, saber ouvir, lidar com o outro, que caracterizam um desafio próprio do que é exigido nessa fase”, explica a estudante.

As pesquisadoras chegaram a esta conclusão a partir da análise do comportamento e do relacionamento interpessoal de 61 adolescentes, 30 do sexo masculino e 31 do feminino, residentes em João Pessoa e com idade de até 13 anos. O projeto de pesquisa e de extensão teve sua primeira edição em 2017. Desde então, tem sido aperfeiçoado.

A princípio, os jovens foram submetidos a uma avaliação individual, através de entrevistas. Também foi aplicado o Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA), instrumento capaz de atestar o desenvolvimento social e emocional desse grupo social.

Conclusão

Após constatar os altos índices, as pesquisadoras sugerem a utilização de programas de intervenção, que consistem na capacitação de habilidades sociais por meio de práticas pedagógicas.

A intervenção é justamente a proposta do projeto de extensão da dupla, o Programa Interações, que tem o intuito de desenvolver manifestações de desejos, de sentimentos e de atitudes no âmbito social, familiar e profissional. “As intervenções são feitas em grupo, por métodos vivenciais”, destaca Giselle Pessoa.