Polícia Civil investiga maus tratos e negligência a animais no Parque da Bica

Laudo pericial é fruto de denúncia feita pelo Núcleo de Justiça Animal (Neja) da UFPB.

Polícia Civil investiga maus tratos e negligência a animais no Parque da Bica

Os grandes felinos que vivem no Parque Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, podem estar sofrendo maus tratos. Esta conclusão foi apontada em um laudo pericial produzido por quatro médicos veterinários peritos. A Delegacia do Meio Ambiente da Paraíba instaurou um procedimento, solicitando a análise do caso após uma denúncia do Núcleo de Justiça Animal da Universidade Federal da Paraíba (Neja-UFPB).

De acordo com a Polícia Civil, o exame pericial foi realizado em 2019 e levou em consideração a situação de sete animais: duas suçuaranas, duas jaguatiricas, uma leoa, uma onça-pintada e um gato-do-mato. O documento foi oficializado em novembro do ano passado, e o procedimento de exames foi concluído e encaminhado para a Justiça, que deve tomar as providências cabíveis.

Conforme o documento, há negligência por parte dos médicos veterinários, zootecnistas e biólogos que são responsáveis pelos cuidados com os animais e trabalham no local. A falta de limpeza e estrutura inadequadas, bem como o espaço menor que o ideal, além do armazenamento de alimentos de forma incorreta, por exemplo, estão entre as irregularidades apontadas.

A onça-pintada, espécie criticamente ameaçada de extinção na região da Caatinga, está entre os animais que podem estar sofrendo maus-tratos na Bica. A falta de um responsável médico no local também é indicada no documento como gravíssima.

O coordenador do Núcleo de Justiça Animal da UFPB, Francisco José Garcia, informou que vai solicitar que a investigação do caso seja realizada pela Justiça Federal, e que o órgão vai tomar todas as providências para responsabilizar os envolvidos nas esferas administrativa, civil e penal.

Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) da Prefeitura de João Pessoa alegou que a Bica é referência no tratamento de animais vítimas de maus tratos, e que conta com o trabalho realizado por uma equipe especializada, negando, portanto, as acusações de ausência de médicos veterinários no local. A direção do Parque também questionou a legitimidade do laudo e adiantou que todas as medidas judiciais serão tomadas.