Hospital Municipal de Soledade é interditado pelo CRM-PB por falta de médicos

Segundo o Conselho, unidade não está preparada para atender pacientes com Covid-19.

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Hospital Municipal de Soledade é interditado pelo CRM-PB por falta de médicos
Foto: divulgação CRM-PB

Por falta de médicos, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente o Hospital Municipal de Soledade, no Agreste paraibano, após realização de fiscalização realizada na manhã desta terça-feira (2). No momento da fiscalização, não havia nenhum médico no local, não há escala médica, nem um diretor técnico responsável pelo hospital, que é o único da cidade, segundo o CRM.

Soledade fica a 185 km de João Pessoa e a 60 km de Campina Grande e, segundo o último boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES), registrou nove casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19). Já o boletim da Secretaria de Saúde do município, a cidade computa 12 casos confirmados, dentre eles a do prefeito da cidade, Geraldo Moura Ramos, que está internado em Campina Grande. Ha outros 22 casos suspeitos para o vírus.

O  vice-presidente do CRM-PB, Antônio Henriques, que realizou a fiscalização com o conselheiro Bruno Leandro de Souza, avaliou a situação como preocupante. “Encontramos uma situação preocupante na cidade de Soledade. Havia dois pacientes internados sob cuidados da equipe de enfermagem. Além do único hospital estar sem médicos, a unidade de saúde ainda não está adequada para receber pacientes suspeitos e confirmados com a Covid-19”, disse.

“O hospital começou a preparar uma ala contra o coronavírus, mas ainda não há previsão de quando estará pronta. O município está bem atrasado, pois a Paraíba está atingindo o pico da doença, com muitos casos confirmados a cada dia”, ressaltou Bruno Leandro.

A chefe de gabinete da prefeitura de Soledade, Guilherme Souto Batista, confirmou que no momento da fiscalização do CRM-PB o hospital estava sem médico, mas explicou que o motivo foi porque o profissional que iria assumir o plantão não se apresentou ao trabalho por estar com sintoma gripal. “Quando a fiscalização deixou o hospital, o diretor clínico já havia providenciado um substituto, já que o médico que assumiria o plantão amanheceu doente e, inclusive, foi atendido no hospital com suspeita de Covid”, explicou.

Ainda segundo Guilherme Batista, uma ala específica para atendimento de casos suspeitos de síndrome gripal está sendo concluída na unidade. Estamos tomando todas as medidas administrativas cabíveis para melhor atender a população, tão fragilizada nesse momento de pandemia”, assegurou.

Interdição

O diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, afirmou que a interdição ética é o último recurso do Conselho para que a população não seja prejudicada. “Um hospital sem médicos é um risco para os pacientes e para os demais profissionais de saúde. Infelizmente tivemos que promover a interdição que será mantida até que a escala médica seja apresentada”, disse João Alberto.

A interdição ética do CRM-PB impede que os médicos prestem seus serviços na unidade de saúde até que as inconformidades encontradas pelo Conselho sejam corrigidas. A interdição do Hospital de Soledade tem início a meia noite desta terça-feira (02). Assim que a escala médica estiver completa, o hospital será desinterditado pelo CRM-PB.