Diocese pede ‘ação rigorosa’ em caso de padre suspeito de matar homem em acidente

Padre Assis estava embriagado quando provocou um acidente com morte no domingo (15).

Foto: Amy Nascimento / TV Paraíba
Diocese pede 'ação rigorosa' em caso de padre suspeito de matar homem em acidente
Foto: Amy Nascimento / TV Paraíba

A Diocese de Campina Grande emitiu uma nota, nesta sexta-feira (20), onde defende desdobramentos judiciais rigorosos para com um padre suspeito de atropelar um jovem, no município de Esperança, no último domingo (15). Segundo a Polícia Civil, o padre José Assis Pereira apresentava sinais de embriaguez quando provocou o acidente, que causou a morte do jovem.

Até então, a Diocese de Campina Grande não havia se posicionado formalmente sobre o caso. Na nota, a entidade se solidariza com a família da vítima, e caracteriza o caso como algo “absolutamente impensável, deplorável e indesejável”.

A Diocese também se solidarizou com o padre Assis, envolvido no caro, e reconheceu que a vida do sacerdote foi dedicada à fraternidade e à propagação do evangelho. No entanto, também defendeu que “ocorra o desdobramento natural desse fato, nas suas esferas judiciais, seguindo rigorosamente o que recomendam as nossas leis”.

Por fim, a entidade voltou a lamentar o ocorrido, e reafirmou o compromisso com a vida, a integridade e a dignidade humana, realizando preces para que a sociedade viva na justiça, com convivência pacífica e fraterna e superação da maldade e da violência.

Confira a nota na íntegra

NOTA DIOCESANA

A Diocese de Campina Grande vem a público, após inteirar-se comedidamente sobre a tragédia ocorrida no último domingo, bem como ao cabo dos encaminhamentos legais dados ao fato pelas autoridades policiais e do Judiciário e tendo ouvido seu Conselho Presbiteral, externar a sua posição sobre o ocorrido, algo absolutamente impensável, deplorável e indesejável.

1 – Primeiramente, uma mensagem de acolhida, compartilhamento da dor e de incessantes orações à família enlutada. Que Jesus Cristo a envolva de bênçãos, discernimento e fé nesta hora de ausência impreenchível, provações e também de renovação de nossa confiança no Senhor Deus que a tudo vê e que sabe como guiar os seus filhos e quando convocá-los à Sua presença.

 2 – Ao nosso irmão Padre José Assis Pereira Soares, nossa palavra de solidariedade nesse instante de extremo infortúnio que está vivendo. A sua vida inteira foi dedicada à fraternidade, à propagação do Evangelho e à exortação à vida. Encontrar-se diante de tamanha tragicidade representa para ele uma imolação interior.

3 – O que esta Diocese espera e exorta é que ocorra o desdobramento natural desse fato, nas suas esferas judiciais, seguindo rigorosamente o que recomendam as nossas leis.

4 – Reafirmamos o nosso compromisso com a vida, a integridade e a dignidade de todos os seres humanos. Estendemos ao povo cristão e a sociedade civil organizada as nossas contínuas preces para que vivamos na justiça e na santidade, favorecendo a convivência pacífica e fraterna pela superação de toda maldade e formas de violência.

5 – Por fim, invocamos sobre todos a bênção de Deus e a proteção da Imaculada Conceição, nossa padroeira, confiando no Senhor que a todos assiste com a sua graça.

Entenda o caso

Na noite do último domingo (15) o padre José Assis Pereira foi preso em flagrante suspeito de provocar um acidente na BR-104, em Esperança. Ele apresentava sinais de embriaguez, invadiu a faixa contrária da pista e bateu em uma moto.

O condutor da moto, identificado apenas como Vando, morreu no local. O passageiro que estava com ele ficou gravemente ferido, e foi encaminhado para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.

A Polícia Rodoviária Federal informou que o padre se recurou a fazer o teste do bafômetro, foi encaminhado para a Delegacia de Esperança, mas familiares da vítima tentaram linchá-lo e, por isso, ele foi conduzido à Central de Polícia Civil de Campina Grande.

Como o crime é inafiançável, o padre dormiu na prisão, mas no dia seguinte, durante a audiência de custódia, a Justiça lhe concedeu o direito de responder em liberdade.