Entre janeiro e outubro de 2020, 318 pessoas apresentaram diagnóstico positivo para infecção pelo vírus HIV na Paraíba, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Além dos casos de infecção, 147 pessoas com o vírus HIV desenvolveram a Aids, conforme os números. Esta terça-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, e esses dados alertam ainda mais para a importância dos cuidados com a doença.
Ainda segundo os dados da SES, a maior parte dos casos de Aids na Paraíba é registrada na população masculina, com 103 casos notificados, enquanto na população feminina foram 43 notificações. Já em relação a faixa etária, a maior quantidade de casos de aids foi observada em pessoas com idades entre 20 e 49 anos (79,1% dos casos), de ambos os sexos.
Na faixa etária descrita acima, 75,9% dos casos correspondem ao sexo masculino e 21,7% ao sexo feminino. Por categoria, considerando os dados de exposição hierarquizada em adultos, nos últimos anos a principal via de transmissão foi a sexual, sendo 45,6% em relações heterossexuais, 19,5% em relações homossexuais e 3,0% em relações bissexuais. Em gestantes, de janeiro até outubro deste ano, houve um aumento de 7,3% em relação aos números de 2019.
No ano passado, conforme os dados do boletim da SES e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 145 mortes por complicações da Aids foram registradas, a maior parte delas, nos seguintes municípios:
- João Pessoa: 43 mortes
- Campina Grande: 16 mortes
- Santa Rita: 8 mortes
- Bayeux: 5 mortes
- Sousa: 5 mortes
Tratamento
O Hospital Clementino Fraga é referência estadual no tratamento de Aids. Lá, pessoas expostas ao vírus HIV, como profissionais do sexo ou acidentados, podem fazer testes para identificar possíveis infecções, e recebem medicamentos para se tratar da doença. Para o médico Fernando Chagas, diretor do hospital, o diagnóstico precoce é fundamental o andamento do tratamento.
“Identificamos uma possível infecção e a partir de então é feito todo o acompanhamento, É muito importante o diagnóstico precoce, o tratamento precoce. Para o paciente que chegar grave, temos a internação e um atendimento específico com medicamentos. Para os grupos mais expostos e quem convive com alguém com vírus, tratamos com prevenção”, explicou.
Ainda de acordo com Fernando Chagas, a pandemia do novo coronavírus fez com que a quantidade de notificações e diagnósticos de HIV Aids diminuísse. Apesar disso, a quantidade de notificações até outubro, sem considerar os últimos dois meses, apresentou um aumento em comparação ao ano de 2018, o que alerta para a importância de prevenir a contaminação.
“Tivemos um quantitativo menor que ano passado, mas em comparação a 2018, mesmo sem contabilizar os números dos últimos dois meses deste ano, a quantidade de casos apresentou um aumento. A impressão que dá é a sensação de segurança. As pessoas esqueceram a doença, os risco dela. Mas é com lembrar que a Aids é uma doença altamente prevenível, é só se cuidar”, disse.
Ações de prevenção
Durante todo o mês de dezembro, a campanha Dezembro Vermelho terá várias ações online, em virtude da pandemia da Covid-19, desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). A primeira ação ocorre já nesta terça-feira (1º), às 19h, no perfil do Instagram do Hospital Clementino Fraga (@hospitalclementinofraga), com uma conversas entre médicos da unidade sobre o tema.
Em Campina Grande, a partir das 8h até às 16h desta terça-feira (1º), a Praça da Bandeira recebe uma ação de prevenção contra a Aids, com realização de testes e distribuição de preservativos. A iniciativa é promovida pela Secretaria Municipal de Saúde do municípios, e também vai promover exames para Sífilis e Hepatites B e C.
Ao menos 1.269 pessoas convivem com a Aids na cidade, e até outubro desde ano, novos 82 casos foram identificados. A cidade tem como referência para tratamento o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que fica na Rua Siqueira Campos, 658, no bairro da Prata.