Com folhas de pessoal elevadas, cidades da Paraíba atrofiam em gestão fiscal

Apenas três cidades possuem autonomia financeira. Gastos com pessoal consomem recursos e fragilizam gestões

Com folhas de pessoal elevadas, cidades da Paraíba atrofiam em gestão fiscal
Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

O retrato dos municípios paraibanos, trazido pelo Índice Firjan de Gestão Fiscal, é preocupante. Os dados revelam que as gestões municipais continuam privilegiando a contratação exagerada de servidores públicos, inchando a folha de pessoal das prefeituras, em detrimento da realização de investimentos. O resultado disso são municípios sem a capacidade mínima de custear as próprias despesas e, em alguns casos, vivendo apenas às custas de repasses vindos de outros entes públicos.
Para se ter uma ideia, 83,4 % dos municípios da Paraíba estão em situação crítica ou em dificuldade quando o assunto é gasto com pessoal. 70,4% possuem dificuldades em realizar investimentos e apenas três – João Pessoa, Campina Grande e Cabedelo – têm autonomia financeira capaz de custear a máquina pública.
Um levantamento recente, feito pelo Blog, mostra que os municípios paraibanos têm mais de 55 mil servidores com contratos precários, vinculados às administrações públicas por excepcional interesse público. São pessoas à disposição das gestões municipais que não têm direito a férias ou 13º salário – em alguns casos, ‘apadrinhados’ políticos.
Os números da Firjan trazem de forma escancarada uma ‘lógica’ que precisa ser combatida e modificada. As prefeituras não podem servir apenas de cabide de emprego, mas devem enxugar as suas folhas e adotar programas e ações que tragam desenvolvimento, emprego e renda para os munícipes. Os dados estão aí, basta agora uma mudança de postura.