Ocupação de leitos de UTI sobe de 17% para 32% em um único dia na Paraíba, mas CG terá protesto para reabrir comércio

Ocupação de leitos de UTI sobe de 17% para 32% em um único dia na Paraíba, mas CG terá protesto para reabrir comércio
Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

Empresários de Campina Grande prometem realizar um protesto no Centro da cidade, às 10h de hoje, pedindo a reabertura do comércio. A mobilização, marcada para a Maciel Pinheiro, é legítima e é um reflexo do desespero que muitos vivem diante do fechamento de seus estabelecimentos. Mas, mesmo reconhecendo a legitimidade, o movimento não é razoável. É que o cenário da Covid-19, na Paraíba e principalmente em outros Estados brasileiros, mostra que o momento é de incentivarmos o cumprimento das medidas de isolamento social até aqui impostas.
No caso da Paraíba, a Secretaria de Saúde do Estado já contabiliza 543 casos confirmados da doença, com 50 mortes registradas. E mais: em um único dia, o índice de ocupação de leitos de UTI subiu de 17% para 32% com pacientes apresentando Síndrome Respiratória Aguda Grave (casos suspeitos da Covid-19) – um prenúncio de que a curva da doença está numa crescente no Estado.
Se olharmos para o lado, nossos vizinhos cearenses e pernambucanos já vivem quase um colapso do sistema. O decreto do governador João Azevêdo (Cidadania) estabelece que as lojas, em cidades com casos confirmados da Covid-19, devem permanecer fechadas até o dia 3 de maio. O objetivo é fazer com que aqui, em solo paraibano, não tenhamos uma situação semelhante nos próximos dias.
Ao analisar uma Ação Civil Pública proposta pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-CG) para reabrir o comércio, na última quinta-feira, a juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública do município lembrou que “não se verifica motivação técnica específica, a justificar a liberação do comércio”. Em outras palavras: não há como assegurar que a flexibilização do isolamento e a abertura das lojas não provocariam a ampliação da transmissão da doença.
O momento não é de corrermos risco. Melhor amargarmos os prejuízos econômicos da pandemia que colaborarmos, de alguma forma, para a possibilidade de um caos no sistema de saúde e a morte de pacientes por falta de atendimento.