Protesto para reabrir comércio provocou efeito inverso e desgastou 'imagem de Campina'

Protesto para reabrir comércio provocou efeito inverso e desgastou 'imagem de Campina'
Foto: reprodução

O Jornal Folha de São Paulo publica na edição de hoje, na capa, a foto de trabalhadores de joelhos durante o protesto para reabrir o comércio de Campina Grande. Ontem o assunto foi um dos mais comentados do país e destaque também em veículos internacionais. De acordo com a reportagem da Folha, o Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um procedimento para apurar se os participantes do ato foram ou não coagidos a aderir ao movimento. Até agora, não há nenhuma prova concreta disso.
Independente de coação ou não, o fato é que a exposição das fotos nas redes sociais de funcionários de joelhos, numa distância pequena uns dos outros, repercutiu negativamente. E não só para os representantes do comércio. A imagem da cidade, infelizmente, ficou desgastada. Não foram poucos os comentários do tipo: “Campina, vergonha alheia”, no twitter e no instagram.
Além disso a mobilização surtiu, inevitavelmente, um efeito contrário. Se tínhamos duas decisões judiciais contrárias à possibilidade de reabertura nesse momento, agora temos uma pressão bem maior da opinião pública para que os estabelecimentos continuem fechados.
Como diz o ditado popular, os organizadores pensaram em “fazer um giro e fizeram um jirau”. Está mais do que claro que ‘por pressão’ não haverá reabertura, embora sejam compreensivas as reclamações dos empresários – diante de um cenário desolador provocado pela crise.
Hoje o governador João Azevêdo (Cidadania) se reúne, por videoconferência, com os prefeitos Romero Rodrigues (PSD) e Luciano Cartaxo (PV). Na pauta está a possibilidade de flexibilização ou prorrogação das medidas de isolamento social. O gestor campinense entende que é possível uma flexibilização das regras, “com responsabilidade”. Mas a essa altura do campeonato e depois de toda a repercussão negativa de ontem, além do avanço sistemático da doença no Estado, não vai ser fácil fazer com que o encontro termine com o relaxamento das medidas.