Bolsonaro “debocha” do ministro Marcelo Queiroga e da maioria dos brasileiros

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Bolsonaro "debocha" do ministro Marcelo Queiroga e da maioria dos brasileiros
Foto: Alan Santos/PR

Um dia o ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, lança uma campanha nacional para uso de máscara e para conscientizar as pessoas para evitar aglomerações fúteis. Um maneira de evitar a proliferação do coronavírus.

Horas depois, o presidente Bolsonaro se aglomera em Goiás, abraça, tira fotos, cumprimenta dezenas de pessoas. Ele, os assessores e os apoiadores estão sem máscara.

No outro dia, o ministro diz que vai adotar barreiras sanitárias pelo país para evitar o avanço da variante indiana pelo país.

Um dia antes, o presidente dele junta centenas de pessoas, sem máscara, no Maranhão, e centra fogo contra o governador do estado, Flávio Dino.

Lá, o presidente vai ter que dar explicações e pode pagar multa por descumprimento de normas de decreto sanitário. Terá que fazer defesa e pode ser punido como qualquer cidadão.

Domingo, o ministro Queiroga anuncia, com todas as pompas, o envio de 600 mil testes para detectar o coronavírus no Maranhão, por causa da cepa indiana.

No mesmo dia, no Rio, Bolsonaro, e a claque, incluindo o ex-ministro Pazuello, participam de evento público, aglomerando muito, sem máscara e nem aí para protocolos sanitários.

Em resumo, em plena campanha para 2022, querendo mostrar popularidade, o presidente debocha, sabota, escracha seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e, consequentemente, milhões de brasileiros que lutam para sobreviver, outros tantos que estão se sacrificando para salvar vidas e evitar a proliferação do coronavírus.

Sem falar da grande maioria dos 450 mil pessoas que não sobreviveram para achar tudo isso um absurdo.