Bolsonaro apresenta lista de argumentos que serão usados para atacar e se defender em 2022

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Bolsonaro apresenta lista de argumentos que serão usados para atacar e se defender em 2022
Foto: TV/Reprodução

Com toda formalidade de um pronunciamento oficial, ontem (02), o personagem comedido do presidente Jair Bolsonaro fez sua propaganda eleitoral antecipada. Na fala, listou argumentações que serão usadas para se defender das acusações de omissão na gestão da pandemia. Também mostrou para onde vai apontar na hora de afirmar que comanda um governo operante.

‘Vendeu’ que o Brasil é um dos países que mais vacinam no mundo. Colocou na conta dos governadores e prefeitos o desemprego, por causa das medidas de isolamento social, que ele nunca defendeu. Também reforçou, duas vezes, que ele é a favor da liberdade. Afinal, levantou a bandeira do direito de ir e vir livremente, o direito ao trabalho e o direito de exercer a liberdade religiosa. Não falou sobre direito à saúde, como algo que se sobrepõe a todos esses outros.

Não ousou falar dos mais de 465 mil mortos, mas, começou a fala, com um rápido lamento. Para os mais pobres, afirmou que gastou mais R$ 320 bilhões com auxílio emergencial. Segundo ele, o que corresponde a uma década do Bolsa Família. Fez questão, ainda, de dizer que repassou aos estados e municípios R$ 190 bilhões para custear necessidades na pandemia. Naquele momento, não acusou outros gestores, inimigos reais e virtuais, de roubar o dinheiro ou de usar de maneira errada. Mas vai fazê-lo, quando a pré-campanha for oficializada.

Lembrou que aprovou um programa de ajuda aos microempreendedores, com empréstimos. Não falou do atraso a das dificuldades que maioria tem para conseguir ajuda. Na linha de governo operante, destacou o PIB do 1º trimestre, as privatizações que conseguiu fazer, os avanços nas negociações com o Congresso (lê-se Centrão). Também destacou a conclusão de obras, que já estavam no final, inacabadas.

Quando falou da Copa América, que vai acontecer agora em junho e julho, no Brasil, no meio da pandemia, por decisão dele, fez um trocadilho: “o nosso governo joga dentro das quatro linhas da Constituição”.

Os temas que estarão vivos em 2022 já foram postos. Serão desenvolvidos na pré-campanha/campanha com mais agressividade, claro. Na verdade, sempre marcam presença, de maneira sarcástica, ácida e popularesca, no “cercadinho”.

Agora, é saber como a realidade vai se impor ano que vem. E se o discurso de país onde a vacinação avança, o emprego aumenta a cada dia, as privatizações estão em alta e dão resultados, a economia cresce, a inflação é baixa e onde o povo é assistido com auxílios financeiros de toda ordem, será mais forte do que a realidade do eleitor no seu dia a dia. Os “panelaços” foram um sinal.