Angélica Nunes
O debate sobre a legalidade do contrato de gestão pactuada entre o governo do Estado e a Cruz Vermelha para a administração do Hospital de Trauma de João Pessoa, realizado ontem, na Assembleia Legislativa, acabou acontecendo sem a presença do secretário de Estado da Saúde, Waldson Souza.
Embora tenha comparecido às dependências da Assembleia para prestar esclarecimentos, o secretário preferiu não participar da sessão especial da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no auditório João Eudes depois que o encontro foi transferido para o plenário José Mariz e transformado em audiência pública.
A discussão entre os parlamentares e o secretário começou assim que a sessão foi iniciada, ainda no auditório João Eudes. O deputado Luciano Cartaxo (PT) sugeriu que o debate fosse transferido para o plenário José Mariz, já que a multidão se avolumava sem espaço no auditório e o procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, precisaria de um projetor de imagens para sua explanação.
A autorização foi concedida pelo presidente Ricardo Marcelo (PSDB), segundo informações do deputado Janduhy Carneiro (PPS), que presidia a CCJ. No entanto, ao ser transferida a sessão, Waldson Souza se esquivou da mudança de cenário e saiu do debate. A alegação do secretário é de que não estaria disposto a se envolver em questões políticas. “Eu não estou aqui para servir de picadeiro para ninguém”, comentou.
Para o secretário, por se tratar de uma discussão técnica, não cabia um amplo debate com os manifestantes. “Eu nem deveria estar aqui, já que a CCJ discute a legalidade ou não do projeto e só poderia adentrar no mérito. Minha responsabilidade é sobre a gestão e não posso me ater nas questões jurídicas”, disse.
