Associação dos Delegados nega ‘pressão’ em caso de propina

ADEPDEL afirma que todas as decisões da categoria são tomadas com seus livres convencimentos e amparadas na lei.

A Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraíba (ADEPDEL) divulgou nota, nesta sexta-feira (26), onde nega que tenha ocorrido pressão política na investigação do suposto pagamento de propina a secretários de Estado da Paraíba, em 2011. De acordo com o órgão, as decisões da categoria são tomadas “com seus livres convencimentos, amparados na legalidade”.

No mês de junho daquele de 2011, durante uma operação realizada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), em João Pessoa, em uma abordagem a um veículo os policiais civis apreenderam R$ 81 mil, além de um papel com inscrições posteriormente interpretadas pela investigação como sendo siglas para os nomes do procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro; da secretária de Estado da Administração, Livânia Farias; da então superintendente da Emlur, Laura Farias; além do irmão do governador, Coriolano Coutinho.

Porém, os indícios de envolvimento de secretários em irregularidades não foram suficientes para que a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) instaurasse inquérito em 2011 para apurar o caso. O titular da pasta, Cláudio Lima, afirmou ontem que na época não houve interesse pelo procedimento, que foi arquivado pelo então secretário-executivo de Segurança, Raimundo Silvany.

Em nota a ADEPDEL diz que repudia “qualquer tipo de ilação fantasiosa que envolva os Delegados de Polícia Civil” com relação ao caso em questão. “Fazer qualquer tipo de juízo de valor nesse momento é politizar tais fatos e com isso a ADEPDEL não coaduna”, diz o documento. “ Por derradeiro, registramos que durante todo transcorrer desses fatos os Delegados de Polícia Civil não sofreram qualquer tipo de pressão por parte das Autoridades Constituídas para agir ou deixar de agir ao arrepio de seu real entendimento”, finaliza.

Raimundo Silvany disse ao JORNAL DA PARAÍBA que, ao receber os documentos da ação policial, entendeu que poderia ter havido a criação de um factoide político e encaminhou o procedimento para o governo do Estado “analisar com visão política”. Ele afirmou que não lembra do caso. “Em dois anos eu assinei muitos documentos, não vou lembrar desse especificamente. Deixei a secretaria há algum tempo e não quero levar nada de lá”, disse Silvany, que em julho de 2011, determinou o arquivamento do procedimento.

O governo do Estado da Paraíba divulgou, na noite de quinta, nota repudiando a atitude do Fórum dos Servidores Públicos do Estado, “que de forma irresponsável utilizou um material, até então apócrifo, para tentar denegrir auxiliares do governador Ricardo Coutinho, usando um fato registrado em 2011 com o nítido objetivo de prejudicar a imagem do chefe do Executivo da Paraíba. O governo chama a denúncia de factoide e diz esperar “que o Ministério Público do Estado saiba barrar, no momento oportuno, a sanha individualista de alguns poucos que acham que a Paraíba só existe para servi-los”.