Deputado estadual Adriano Galdino responde a 45 processos judiciais

Político é candidato a presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba

O deputado estadual, Adriano Galdino, que disputa amanhã a presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), responde a 44 processos, apenas na primeira instância da Justiça estadual, além de uma ação na Justiça Federal. Só o governo do Estado tem oito ações contra o parlamentar socialista, sendo que em duas delas o advogado é o atual procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro. As acusações vão desde a apropriação indébita de recursos, utilização de empresa de fachada e até o pagamento de um curso de pós-graduação para a irmã do deputado, Soraya Galdino, com recursos da Prefeitura de Pocinhos, município que ele administrou de 1993 a 1996 e de 2001 a 2008.

A ação popular foi movida em 2005 pela então vereadora de Pocinhos, Kátia Regina Alves, sob a argumentação de que Soraya, então secretária de Saúde da Prefeitura do município, teria sido beneficiada com o custeio de um curso de especialização na Facisa. Em sentença, o juiz da Vara Única de Pocinhos, Giovanni Magalhães Porto, determinou a nulidade dos pagamentos realizados à instituição.

Já a ação popular pela utilização de empresa de fachada em benefício próprio, também impetrada na Vara de Pocinhos, trata da contratação da empresa Camat Construtora, da qual o então prefeito Adriano Galdino era sócio, após formalização de convite 003/2004 pela Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa) para execução de obras, com fornecimento de material, referente à ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água de Pocinhos. Galdino chegou, inclusive, a formalizar o registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-PB) como engenheiro responsável pela obra.

Na Vara Única de Pocinhos também tramita uma de execução fiscal promovido pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no valor de R$ 756.221,60, além de outros nove processos. O vereador de Pocinhos, Francisco de Assis Silva, autor de 30 dessas ações, avaliou como desastrosa a gestão de Galdino à frente do município. "Um ano falando não seria suficiente para listar todas as irregularidades cometidas. Ele deixou R$ 1 milhão em débito com funcionários, recolheu INSS e não repassou e sem contar que deixou a prefeitura sucateada", revelou.

Já no Tribunal Regional Federal da 5ª, Galdino foi condenado a devolver, solidariamente com a Construtora Caiçara, R$ 136.190,47 em favor da União e R$ 6809,53 para a prefeitura de Pocinhos, referentes à construção de 130 cisternas de placas com capacidade de 16 mil litros, que ele comunicou ao Ministério da Integração Nacional que havia sido concluído, mas em vistoria “in loco” se constatou que apenas 40% do convênio tinha sido feito.

Segundo a denúncia, o gestor recebeu recursos federais para as obras, teria contratado empresa de fachada para supostamente executar, mas na verdade a prefeitura teria executado o serviço e os recursos federais teriam sido usados para outra finalidade.

O prefeito de Pocinhos, Cláudio Chaves, disse que Adriano Galdino não tem respeito com o dinheiro público. "A cidade de Pocinhos sofre até hoje com as consequências da sua péssima administração como prefeito. Foram muitos desmandos cometidos e a população não foi prioridade. Galdino responde a várias ações até hoje e em alguns foi condenado por improbidade, despesa não comprovada, desvio de finalidade de recursos, vício em licitação, entre outras irregularidades", disse.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato telefônico com o deputado Adriano Galdino, mas o telefone estava desligado.