‘Não temos nada a temer’, diz Veneziano sobre denúncias de ex-tesoureiro

Deputado federal concedeu entrevista para rebater as denúncias feitas por Rennan Trajano.

O deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) concedeu entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA para rebater as denúncias feitas pelo ex-tesoureiro da prefeitura de Campina Grande, Rennan Trajano, de que teria havido desvio de recursos para financiar a campanha do então candidato ao Senado, em 2010, o hoje ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo. “Nós não temos absolutamente nada a temer porque não fizemos nada que fugisse à responsabilidade administrativa. E quem prova isso, nada mais, nada menos, é o Tribunal de Contas”, disse Veneziano, se reportando a um relatório de inspeção que atestou não ter havido nenhuma irregularidade nas obras que foram objeto das acusações de Rennan.

JORNAL DA PARAÍBA – O que o senhor tem a dizer das denúncias feitas pelo ex-tesoureiro Rennan Trajano?
ENTREVISTADO – Não se trata senão de uma matéria requentada há praticamente três anos, onde o acusador, movido por interesses materiais e também estimulado por novos parceiros que são adversários meus, tenta constranger ao ministro Vital do Rêgo no momento em que o Tribunal de Contas da União se debruça sobre as contas da presidente Dilma Rousseff e, em relação a minha pessoa, pelo fato da lembrança do nosso nome à prefeitura de Campina Grande nas eleições de 2016. Fica muito claro porque a acusação de que a empresa não tivera realizado obras não prospera. As obras não apenas foram realizadas, mas auditadas. O contrato comprovadamente legal e regular, com acórdão que não recebeu qualquer tipo de ressalva ou questionamento da parte de quem quer que fosse, mostrando exatamente que não passa de uma caluniosa acusação por parte desse acusador.

JP – Ele está tentando um acordo de delação premiada para colaborar com as investigações.
ENTREVISTADO – Delação premiada de que? De um ato que só ele pode responder? Como se fala em delação premiada quando os atos reprováveis são dele. Nós não temos nada. Não há nenhuma participação. Será possível que você não está entendendo que não há nenhuma fundada e objetiva acusação? Nem notificados fomos. Espero que depois da interpelação que ele não respondeu, ele possa responder no momento em que juízo houver o questionamento. Ele não pode é tentar fugir à responsabilidade dos atos que reprovavelmente ele tenha cometido. Nós não. Nós não temos absolutamente nada a temer porque não fizemos nada que fugisse à responsabilidade administrativa. E quem prova isso, repito, é nada mais nada menos do que o Tribunal de Contas e as palavras do conselheiro Nominando Diniz são bem taxativas.

JP – Ele faz acusações de que teria sido pressionado por agiotas e até sofreu ameaças de morte caso não quitasse as dívidas de campanha.
ENTREVISTADO – O que eu tenho a ver com a relação pessoal de quem quer que seja? O que eu tenho a ver com relações estabelecidas entre ele ou quem quer que seja? Acusar outro, simplesmente lançar sobre outro dúvidas em razão de contatos que ele possa ter mantido com quem quer que seja, que não me interessa, até porque eu não conheço a quem quer que seja dele. É responsabilidade dele. Ele não pode em meio a suas irresponsabilidades reprováveis ou quaisquer relações obscuras tentar se justificar levando-nos a esse ambiente. Nós nunca tivemos nada a ver no tocante as suas relações, ao que ele construiu em termos patrimoniais, aos investimentos que ele possa ter feito e aos compromissos que ele possa ter assumido e não cumprido. Isso é ele que tem que explicar. Onde é que eu estaria aí, onde é que Vitalzinho estaria aí?

JP – Como o senhor vê o fato dele agora estar fazendo essas acusações? O senhor disse que ele está a serviço de um grupo político?
ENTREVISTADO – Não sou eu que está dizendo não. Isso é muito claro. As próprias relações, os próprios contatos explicitamente existentes entre ele e o procurador do município, dito e confessadamente por ele, mostram as reais motivações. Eu só lamento que ainda existam pessoas que deem crédito a uma pessoa que confessou ter ameaçado a mim, como ele confessou que realmente utilizou o twitter para me ameaçar, uma pessoa que me chantageou e eu tenho todos os registros em mensagens devidamente recolhidos. Eu só lamento que essa pessoa que quando foi interpelada judicialmente silenciou e fugiu a responsabilidade de confirmar ou não as acusações agora esteja se valendo dessa parceria para esse tipo de ação.