Documento do PT recua nas críticas a Levy e poupa Cunha

A avaliação de vários dirigentes do partido que estiveram no encontro é de que houve recuo no tom adotado tanto por Lula, quanto pelo presidente do PT, Rui Falcão

O PT aprovou ontem documento em que, apesar das críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suavizou os ataques ao peemedebista e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) que têm sido feitos nos bastidores do partido.

Embora siga a orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em poupar Cunha, a sigla manteve no texto final aprovado em reunião do diretório nacional do PT a avaliação de que o presidente da Câmara e "a ala conservadora" do PMDB "flertam com o impeachment presidencial".

Segundo a Folha apurou, a avaliação de vários dirigentes do partido que estiveram no encontro é de que houve recuo no tom adotado tanto por Lula, quanto pelo presidente do PT, Rui Falcão, que fizeram discursos "conciliadores".

Os líderes petistas  notaram mudanças na manifestação de Lula, que sempre foi um dos maiores críticos a Levy e chegou a sugerir a substituição do ministro a Dilma, afirmando que ele tinha "prazo de validade". Lula, porém, recebeu da presidente a resposta de que não estava na hora de criar um novo "celeuma" em seu governo com a troca de Levy.

A mesma avaliação dos dirigentes do PT ocorreu em relação a Eduardo Cunha.  Para eles, citar que o peemedebista "flerta com o impeachment", sem mencionar que ele é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras ou tomar posição sobre seu processo no Conselho de Ética da Casa, serviu para "acenar à base" mas não para marcar posição.