Suposto uso eleitoral da Prefeitura de CG promove troca mútua de acusações

Câmara de Dirigentes Lojistas e Sindicato dos Trabalhadores do Agreste da Borborema estão no centro da discórdia entre pré-candidatos

A pré-campanha eleitoral começa em temperatura máxima, em Campina Grande, com a troca de farpas entre os virtuais postulantes a prefeito. Depois que o deputado pré-candidato Adriano  Galdino (PSB) implodiu o pacto de não agressão entre os oposicionistas com críticas ao deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), agora é a vez do coordenador de Articulação Política do governo Romero Rodrigues (PSDB) trocar acusações com os prefeituráveis Artur Bolinha (PPS) e Napoleão Maracajá (PCdoB) sobre o uso das máquinas da prefeitura, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindicato dos Trabalhadores do Agreste da Borborema (Sintab). 

Ao rebater críticas de que Romero estaria trocando cargos e secretarias por apoio de partidos políticos, Carvalho acusou Bolinha de se beneficiar da estrutura da CDL para tentar empinar sua pré-candidatura. “Ele até agora não conseguiu o apoio de um partido sequer para se coligar e utiliza, como presidente da CDL, a própria foto nos outdoors espalhados na entidade numa propaganda pessoal. Além disso, se aproveita dos espaços abertos na imprensa à Câmara de Dirigentes Lojistas para divulgar a pré-candidatura”, alfinetou Carvalho.

Todavia, Fernando ressaltou que o prefeito Romero Rodrigues tem o maior respeito pela CDL e aos empresários, Associação Comercial e Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep). “A prova deste respeito e parceria é que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Alberto Leite, ex-presidente da Associação Comercial, teve o respaldo da indicação também pela CDL e Fiep”, afirmou o coordenador político da PMCG.

Quanto ao vereador Napoleão Maracajá, Carvalho disse que ele já está em campanha a prefeito. Apesar de ser o coordenador de Comunicação do Sintab, ele preside as assembleias dos servidores também para se promover e estimula greve. 

O presidente da CDL, Artur Bolinha, negou o uso da estrutura da entidade como instrumento de sua pré-candidatura à PMCG. “A entidade completou 50 anos e seu presidente fez uma saudação pelas mídias, inclusive outdoor, o que é normal. A CDL tem um líder que luta pelo setor empresarial e pelo município. “Tudo que é de bom na cidade respalda de forma positiva no comércio. Sendo assim, vou lutar por isso”, avisou o prefeiturável do PPS.  

Ele explicou que, quando Romero Rodrigues foi eleito o convidou para ser secretário, mas declinou do convite e disse que a classe empresarial é penalizada com a estrutura retrógrada da prefeitura, que tem um protocolo manual, a máquina pública não é modernizada.

Napoleão Maracajá também descartou a utilização do Sintab para propagar sua postulação à PMCG. “Agora, o prefeito e Fernando Carvalho, que é candidato a vereador, usam os carros públicos, as solenidades bancadas com o dinheiro do povo e os espaços na mídia para se promoverem de olho nas eleições”, acentuou o parlamentar.

Postura ruim para a democracia

O cientista político e professor da UFCG Fábio Machado criticou a instrumentalização de órgãos públicos e entidades de caráter privado por candidatos a cargos eletivos seja majoritário ou proporcional. “Eu classifico como lamentável o uso da máquina pública ou de qualquer entidade representativa por candidato A ou B. Isso é muito ruim para a democracia porque você cria um desequilíbrio na disputa”, comentou Fábio Machado.

Ele também lamentou a troca de farpas entre os postulantes a prefeito nessa fase de pré-campanha eleitoral. “Ao invés de fazer um diagnóstico dos problemas sociais e econômicos da cidade, os pré-candidatos priorizam os ataques pessoais sem apresentar nenhuma proposta concreta para mudar essa realidade”, afirmou.

Para Machado, além de apresentar a proposta para resolver os problemas, o candidato precisa apontar a origem dos recursos. “O candidato tem que dizer o vai fazer e como vai fazer, caso contrário será um discurso vazio”, ressaltou o cientista. 

A juíza Adriana Barreto de Sousa, responsável pela coordenação da Propaganda Eleitoral de rua, ainda não recebeu qualquer representação sobre propaganda antecipada.