Luciano Cartaxo reage e garante que não vai tolerar ‘fogo amigo’

Prefeito vai reunir sua bancada  na terça-feira para definir estratégias  a serem adotadas na Câmara, mas adiantou que não pensa em divisão.

Após ser surpreendido com uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), as obras do Parque Solon de Lucena, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), vai reunir na próxima terça-feira sua bancada para definir as estratégias que serão adotadas na Casa. O líder da bancada, Marco Antônio (PPS), preferiu não falar em “caça às bruxas”, porém Cartaxo afirmou que não vai tolerar “fogo amigo” em sua base e pediu unidade na bancada.

Durante visita à sede da Guarda Municipal, Cartaxo disse que os parlamentares que assinaram a CPI precisam fazer escolhas e definir claramente de que lado estão, mas evitou falar em redução da sua bancada. O recado foi direcionado a Djanílson da Fonseca (PPS), João dos Santos, Bruno Farias (PPS), Chico do Sindicato (PTdoB) e Felipe Leitão (sem partido), que apesar de integrarem a bancada de situação assinaram o pedido para que a Câmara investigue as obras do Parque Solon de Lucena.

“A vida é feita de escolhas e decisões. Se o vereador quer ir para a bancada de oposição, ele vai vestir a camisa da oposição, ele não pode é estar dentro da bancada de situação vestindo a camisa da oposição. Nós não vamos ficar com a bancada dividida, vamos ficar com uma bancada que está compreendendo e ativamente participando do processo de transformação da cidade”, disse Cartaxo.

A instalação da CPI é o reflexo de uma crise que se arrasta há algum tempo. Apesar de negarem um possível rompimento com o prefeito, alguns vereadores que assinaram o pedido de instalação da CPI da Lagoa demonstram insatisfação com o tratamento dispensado por Cartaxo e sua equipe à bancada de situação. Eles reclamam principalmente da falta de comunicação e morosidade no atendimento das demandas de suas bases eleitorais.

João dos Santos, por exemplo, afirmou que em seu bairro, Mandacaru, falta assistência da prefeitura, o que teria sido repassado pessoalmente ao prefeito e aos secretários. Ele reclamou também de alguns pedidos que ainda aguardam resposta da prefeitura, como calçamento de ruas. Djanílson da Fonseca, apesar de afirmar que consegue manter contato direto com o prefeito, reclamou da falta de comunicação com os secretários. “Ele atende o telefone, diferente de alguns secretários”, disse.
Na última quarta-feira, Felipe Leitão afirmou ter sofrido pressão por parte de auxiliares do prefeito para que retirasse sua assinatura da CPI. Para Cartaxo, a investigação é eleitoreira.