Jucá tem certeza que a gente é bobo e Temer fingiu que não era com ele

Após a divulgação das gravações em que fala de plano parar parar Lava Jato, Jucá saiu ‘eufemicamente’ demitido.

Mexeu com um, chega ao outro. A situação do PMDB é assim. Uma brincadeira pega varetas, um dominó em pé. Por isso, o presidente em exercício, Michel Temer, está na corda bamba. Se mexer, tropeça. Começou cambaleante e não se aprumou. É a principal vidraça.

Jucá saiu "eufemicamente" demitido e nosso presidente interino não teve coragem de arrancar um pedaço de seu cérebro político, o planejador. Colocou o rabo entre as pernas e saiu fingindo que não era com ele. Agora, sabemos como foi o ‘modus operandi’ da parte podre do impeachment. Lembrando, que a podridão peemedebista não justifica os erros dos petistas, que foram, ou são de tamanho igual ou superior. Então, não vale soltar fogos.

Romero Jucá explicou o que não se explicava. A “sangria” nem dentro, nem fora de contexto era econômica. “Parar tudo”, não era brincar de estátua. O seu partido está atolado no esquema montado no governo petista e, como se imagina, a queda de Dilma era uma maneira de criar um apaziguador geral da nação. Parar a república de Curitiba. Das várias verdades de Jucá na gravação, uma importante. Quando ele afirma que “político tradicional” tem dificuldade de ganhar eleição hoje em dia. Uma referência ao senador Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente do passado e do futuro. Jucá lembrou que tucanos seriam comidos se não caísse a ficha. Caiu. Acordo da salvação é para salvar a própria pele. Ou será peles e penas?

No dia em que Temer levou ao Congresso o projeto de revisão da meta fiscal, o destaque não foi o tamanho da expectativa do rombo, R$ 170 bilhões, mas a suspeita do mercado e investidores de que não será fácil acreditar num governo que mistura boas intenções, fala bonita, comedida, com péssimas práticas, já condenadas, nomes manchados. Temer exita, exita, erra, contradiz ministros.

Na economia, há muitas provas a dar. Esperamos com otimismo. Mas a desconfiança continua. Talvez seja a salvação. Afinal, a política do governo interino já se exibiu. E, como se imaginava, é podre. Madeira corroída por um cupim conhecido.